Instituto Federal do MS registra novo caso de apologia ao nazismo
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Instituto Federal do MS registra novo caso de apologia ao nazismo

Um aluno do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), em Campo Grande, foi afastado das atividades acadêmicas após a descoberta de que ele compartilhou conteúdo alusivo ao nazismo em um grupo em aplicativo de mensagens com outros estudantes. Segundo a instituição, por se tratar de um menor de idade, a identidade dele não foi revelada.

Este é o segundo episódio identificado envolvendo apologia ao nazismo na unidade apenas neste ano. Em março, três alunos da instituição acusaram o estudante de informática José Evaristo Diel Freitas, de 18 anos, de ofensas racistas e apologia ao nazismo. As vítimas apontam que foram alvo de ameaças e insultos preconceituosos, tanto virtualmente como presencialmente.

Desta vez, o caso, registrado no Campus Campo Grande, na capital do estado, envolve um estudante do nível médio-técnico, que teria compartilhado figurinhas com temática alusiva ao nazismo em um grupo de whatsapp criado por estudantes. Em nota, a coordenação da unidade informou que tomou providências administrativas e pedagógicas para apurar os fatos e estabelecer a responsabilidade dos envolvidos e que o estudante, menor de idade, foi identificado e suspenso por três dias por descumprir o Regulamento Disciplinar do Estudante.

Ainda segundo a assessoria da instituição, durante o período de suspensão, o aluno recebeu orientações pedagógicas sobre a temática. O IFMS confirmou que este caso, embora seja correlato ao episódio relatado em março, não se trata da mesma ocorrência. A instituição informou, também, que estuda novas medidas para evitar que novos casos ocorram.

“O IFMS está empenhado na promoção de atividades coordenadas, de caráter administrativo e pedagógico, que possibilitem mitigar impactos causados pela situação e proteger a comunidade escolar. Por meio do Núcleo de Gestão Administrativa e Educacional (Nuged) e da equipe de ensino, foi oferecido aos estudantes envolvidos apoio de profissionais de psicologia e assistência social. Também estão sendo preparadas ações de conscientização com a participação do Núcleo de Estudo Afro-brasileiros e Indígenas do Campus (NEABI)”, informou o IFMS em nota.

Reincidência

No caso ocorrido em março, em uma das mensagens, à qual O GLOBO teve acesso, o suspeito escreveu que "tu não é ariano, te coloco pra assar". Também teria falado em "massacre" e "tortura", embora seu pai — também seu advogado — tenha negado as acusações.

Em entrevista ao GLOBO sob condição de anonimato, uma das vítimas afirmou que José Evaristo se apresentava como nazista em rodas de conversa na instituição. Segundo o relato, ele começou a frequentar o campus apenas em meados de fevereiro deste ano e não tinha amigos. Os dois são colegas de turma no curso médio técnico de informática do IFMS.

Em abril, Diel Freitas foi indiciado pelo crime de injúria racial. O indiciamento foi confirmado ao GLOBO nesta terça-feira pelo delegado Marcelo Damaceno, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca). De acordo com o investigador, o inquérito já encontrou suficientes indícios do crime.

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