O presidente do Condisi-YY, Júnior Hekurari
Reprodução: Redes Sociais

O presidente do Condisi-YY, Júnior Hekurari

O Condisi-YY (Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana) afirmou nesta sexta-feira (29) que indígenas receberam ouro de garimpeiros para manter silêncio sobre crimes.

"Ao chegar ao local avistamos a comunidade em chamas e sem a presença de moradores indígenas no local, que só apareceram 40min após pousarmos, somente para resgatar materiais de garimpeiros. Após insistência, alguns indígenas relataram que não poderiam falar, pois teriam recebido 05g de ouro dos garimpeiros para manter o silêncio", diz nota da entidade.

De acordo com a entidade, segundo relatos, outros crimes já aconteceram na região, e que recentemente um recém-nascido foi levado para capital de Boa Vista por um garimpeiro que alegava ser pai da criança.

A Polícia Federal (PF) informou na quinta-feira (28) não ter encontrado indícios de homicídio e estupro ou de óbito por afogamento na Terra Indígena Yanomami. Os agentes seguiram na manhã de quarta-feira (27) para a comunidade localizada na região de Waikás, para investigar a morte de uma adolescente de 12 anos e o desaparecimento de uma criança de 3 anos, no Rio Uraricoera, após suposto ataque e tentativa de sequestro de indígenas por garimpeiros.

"Percebe-se através dos vídeos que, esses indígenas foram coagidos e instruídos a não relatar qualquer ocorrência que tenha acontecido na Região, dificultando a investigação da Policia Federal e Ministério Público Federal que acabaram relatando não haver qualquer indício de estupro ou desaparecimento de criança. Ainda na manhã de quinta-feira (28/04) retornamos ao local, na tentativa de encontramos qualquer indício ou informação que ajudasse na investigação, mas os Indígenas haviam deixado o local e como relatado anteriormente, encontramos apenas as marcações de queimação", complementa a nota.

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Réfens de esquema criminoso

Com pouca oferta de caça e pesca em razão da destruição do meio ambiente e debilitados por doenças que os impedem de buscar o próprio alimento, jovens indígenas estão sendo forçados a trabalharem para os garimpeiros. Em um esquema criminoso, que envolve aliciamento, assédio de menores, violência e abuso sexual contra mulheres e crianças, algumas são embriagadas por bebidas alcoólicas e estupradas até a morte.

O Ministério Público Federal de Roraima e a Polícia Federal já receberam denúncias de crimes parecidos em outras regiões, mas casos específicos de estupro e morte por abuso em terras indígenas até então não foram investigados no âmbito federal.

Ainda de acordo com o presidente Condisi-YY, os garimpeiros não querem mais confusão com os indígenas e adotaram o aliciamento de jovens e adolescentes.

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