'É nada', diz Bolsonaro sobre compra de Viagra pelas Forças Armadas

Segundo o presidente, militares compraram comprimidos para combater hipertensão arterial e doenças reumatológicas

Bolsonaro minimiza compra de Viagra pelas Forças Armadas: “É nada”
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 01.04.2022
Bolsonaro minimiza compra de Viagra pelas Forças Armadas: “É nada”

Nesta quarta-feira (13), em café da manhã com pastores evangélicos no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou a compra de mais de 35 mil comprimidos de Viagra feita pelas Forças Armadas, afirmando que o número “não é nada”.

De acordo com o presidente, os medicamentos foram comprados para combater casos de hipertensão arterial e doenças reumatológicas.

“Estão apanhando muito de ontem para hoje”, disse Bolsonaro logo no início de seu discurso aos convidados. O mandatário lembrou do histórico de tratamento do medicamento, que também costuma ser usado para tratar disfunção erétil.

“As Forças Armadas compram Viagra para combater a hipertensão arterial e também as doenças reumatológicas” , justificou o chefe do Executivo. Um trecho da fala do presidente foi transmitido pelo deputado e pré-candidato ao governo de Goiás Vitor Hugo (PL).

Sobre o número de comprimidos adquiridos, que ele calculou em uma quantidade maior, de 50 mil comprimidos, afirmou: “Com todo respeito, não é nada a quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas.”

Em seguida, Bolsonaro fez críticas à cobertura da imprensa e citou o caso do leite condensado, revelado pelo jornal Metrópoles no início de 2021. “Então, a gente apanha todo dia de uma imprensa que tem muita má-fé e ignorância, não procura saber por que comprou os seus 50 mil comprimidos de Viagra. Mas faz parte.”

O evento com representantes das Assembleias de Deus não constava na agenda oficial do presidente da República. Também estavam presentes ministros, parlamentares evangélicos, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Esta é parte das agendas do presidente em direção ao eleitorado evangélico. A ofensiva foi intensificada após declarações sobre o aborto que fez o ex-presidente Lula (PT), principal concorrente de Bolsonaro nas eleições deste ano.

Na semana passada, Lula defendeu a descriminalização do aborto no país e disse que o tema deveria ser tratado como uma questão de saúde pública, e não como crime. Após ser alvo de críticas de religiosos e bolsonaristas, o petista ressaltou ser pessoalmente contrário ao aborto, mas enfatizou a defesa de que a questão precisa ser tratada como saúde pública.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram