Mesmo software do caso Henry deve ser usado contra Gabriel Monteiro
Vereador do Rio é investigado pelo crime de disponibilizar registros que contenham cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente
O delegado Luís Armond, titular da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), afirmou na manhã desta quinta-feira que poderá usar o Cellebrite Premium — um software israelense que permite o desbloqueio de aparelhos e a recuperação de dados apagados — para informações que podem ter sido deletadas dos aparelhos do vereador do Rio, youtuber e ex-PM Gabriel Monteiro (PL). O serviço foi usado durante as investigações do caso Henry Borel, ocorrido em março do ano passado, para recuperar mensagens excluídas de aplicativos de conversa.
"Não descartamos essa hipótese. Mas, se o perito achar que é necessário, utilizaremos" disse o delegado.
Monteiro foi alvo de mandado de busca e apreensão na manhã de hoje num inquérito que apura registros que contenham cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente.
Na decisão do juiz Guilherme Grandmasson Ferreira Chaves, do plantão judicial, autoriza, a pedido do delegado Luís Armond, a apreensão de material e outros objetos que possa conter relação com a prática desse tipo de crime, como laptops, computadores, tablets, celulares, kindles, smartphones, mídias externas e portáteis, como HDs, pendrives, CDs e DVDs .
A decisão judicial autoriza também a quebra de sigilo telefônico e informático de todo o conteúdo apreendido ou qualquer outro objeto que tenha conexão com o suposto crime praticado, considerados pela polícia fundamentais para as investigações. O documento ainda permite a quebra de sigilo de mensagens em aplicativos de bate-papo, ligações, todas as fotos e todos os arquivos de vídeo compartilhados.
Um ex-assessor do vereador afirmou à Polícia Civil que o parlamentar foi orientado por um advogado a destruir equipamentos e mídias portáteis, como cartões de memória, HD externo e pendrives, que ficavam armazenados na casa dele. A "queima de arquivo" — termo usado pelo próprio ex-funcionário ao ser ouvido na 42ª DP (Recreio) — teria como objetivo, de acordo com Heitor Monteiro de Nazaré Neto, de 21 anos, "inviabilizar que alguém encontrasse qualquer prova que desabonasse a conduta" de Monteiro.
"É possível que as testemunhas virem réus. Nessa fase a análise é dos depoimentos. Obtivemos muitos materiais e eles precisam ser analisados. Mesmo os apagados. Se tiver apagado, é possível recuperar" afirmou o delegado Armond, logo após as apreensões. "Não é descartado a destruição de material. Por isso queremos analisar."
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