Polícia recolhe três pendrives e CDs em gabinete de Gabriel Monteiro
'É horrível que a Câmara conviva com uma situação dessas', diz vereador Chico Alencar
Policiais civis que fizeram uma operação de busca e apreensão no gabinete do vereador do Rio Gabriel Monteiro (PL) na Câmara dos Vereadores recolhereram pouco material. Quase nada foi encontrado no local; apenas três pendrives e alguns CDs foram levados. Para a polícia, significa, de fato, que o vereador faz pouco uso do gabinete.
O vereador Chico Alencar (Psol) foi o primeiro integrante do Conselho de Ética a se manifestar em relação à operação na casa e no gabinete de Monteiro. Ele diz que a intervenção vai gerar mais elementos para análise de sua conduta pelo conselho, que pode concluir com orientação para cassação do mandato, a ser discutido em plenário.
Nesta sexta, a Comissão de Justiça e Redação se reúne para avaliar o teor da representação. Após essa etapa, o processo volta para o Conselho de Ética, onde o relator será escolhido por sorteio:
"A operação agrava ainda mais o quadro. É horrível que a Câmara conviva com uma situação dessas. A Câmara tem que se posicionar, enfrentando essa ferida aberta", afirmou Chico Alencar.
Victor Hugo (MDB) outro integrante do Conselho de Ética, diz que a operação policial desta quinta demonstra como a situação de Gabriel Monteiro é desgastante para os demais colegas. No entanto, ele avalia que a imagem do parlamento não é atingida porque está cumprindo seu papel:
"A representação do Conselho de Ética como já expusemos é pela cassação do mandato por questões de improbidade. Antes de terca-feira, os integrantes do Conselho vão conversar sobre elementos adicionais que forem chegando. Enquanto isso, a investigação criminal segue o seu curso. A Câmara vai se posicionar como fez no caso do Jairinho", disse.
Os vereadores Alexandre Isquierdo (União Brasil), presidente do Conselho de Ética, e Rosa Fernandes (PSC) foram procurados mas ainda não se manifestaram.
A reunião do Conselho de Ética deve ser na próxima terça-feira para o sorteio do relator, segundo o vereador Luiz Ramos Filho (PMN), outro integrante do grupo.
"Com o sorteio do relator, as informações deste inquérito que fundamentou as operações serão requisitadas para fundamentar o relatório final. Foi assim que fizemos também na investigação do vereador Jairinho (acusado de matar o enteado Henry Borel), ano passado", disse Ramos Filho.
O presidente da Câmara, Carlo Caiado (sem partido), por enquanto, não vai se pronunciar.
Na decisão do juiz Guilherme Grandmasson Ferreira Chaves, do plantão judicial, autoriza, a pedido do delegado Luís Armond, titular da 42ª DP, a apreensão de material e outros objetos que possa conter relação com a prática desse tipo de crime, como laptops, computadores, tablets, celulares, kindles, smartphones, mídias externas e portáteis, como HDs, pendrives, CDs e DVDs.
A Polícia Civil do Rio cumpre, na manhã desta quinta-feira, dia 7, mandados de busca e apreensão contra sete pessoas, entre elas Gabriel Monteiro.
Além da casa e do gabinete do parlamentar na Câmara de Vereadores do Rio, agentes da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) e de outras delegacias distritais seguem para outros nove endereços de assessores, ex-assessores e até um empresário ligados a ele.
Gabriel é investigado pelo crime de disponibilizar registros que contenham cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente. O parlamentar está em casa e acompanha as buscas.
A decisão judicial autoriza também a quebra de sigilo telefônico e informático de todo o conteúdo apreendido ou qualquer outro objeto que tenha conexão com o suposto crime praticado, considerados pela polícia fundamentais para as investigações. O documento ainda permite a quebra de sigilo de mensagens em aplicativos de bate-papo, ligações, todas as fotos e todos os arquivo de vídeo compartilhados.
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