Major que matou marido com tiro tem celular e tablet apreendidos

Equipamentos eletrônicos serão periciados por profissionais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE)

A major Fabiana Pereira Ribeiro, que confessou ter matado o marido, o ex-cabo Luiz Alberto Muniz do Cabo
Foto: Reprodução
A major Fabiana Pereira Ribeiro, que confessou ter matado o marido, o ex-cabo Luiz Alberto Muniz do Cabo

Policiais da 37ª DP (Ilha do Governador) apreenderam um celular e um tablet da major Fabiana Pereira Ribeiro, de 42 anos, que  confessou ter matado o marido, o empresário e ex-cabo do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) Luiz Alberto Muniz do Carmo, de 48, na casa da família, na Rua Gregório de Matos Morais, no Jardim Guanabara, na Zona Norte do Rio. Os equipamentos serão encaminhados ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), onde peritos irão analisar mensagens de texto, áudios, além de fotos e vídeos armazenados, para checar informações que possam ajudar na elucidação do crime.

De acordo com as investigações, por volta de 6h30 do dia 28 de fevereiro, Fabiana acionou policiais militares do 17º BPM (Ilha do Governador) informando que o Luiz Alberto havia cometido suicídio. Três dias depois, no entanto, após a necropsia e a perícia na residência, a major assumiu o homicídio alegando ter sofrido um histórico de violência por parte do marido. O empresário e ex-cabo foi atingido por um tiro de pistola a curta distância em sua têmpora direita. Ele estava vestido com uma camiseta branca e uma cueca preta, coberto por um edredom cinza e ainda abraçado a quatro travesseiros.

Segundo a Polícia Militar, na residência foi apreendida a pistola Taurus calibre 40 da major. Assim que o caso foi registrado na 37ª DP, na mesma manhã, uma equipe de profissionais do ICCE foi encaminhada ao imóvel. No cômodo, eles estranharam a posição do cadáver, que estava com os braços recolhidos embaixo da coberta. Quatro dias depois, Fabiana foi novamente ouvida na delegacia e confessou ser a autora do disparo que matou Luiz Alberto. Os dois estavam juntos há mais de 15 anos e tiveram dois filhos.

No depoimento, a oficial discorreu sobre xingamentos, ameaças, socos, tapas e coronhadas, que teria se agravado após uma lipoaspiração que realizou em outubro do ano passado, quando, segundo ela, “os ciúmes e o desejo de posse” do companheiro teriam sido “aguçados”. Luiz Alberto teria, inclusive, a espancado no período pós-operatório com os pontos cirúrgicos ainda no local.

A major contou que o marido vistoriava seu celular e seu email diariamente a procura de mensagens de supostos amantes, que nunca teriam existido. Durante as últimas agressões, quando levou socos no rosto, Fabiana diz ter acreditado que iria morrer. Em uma delas, ela afirma que ele chegou a levá-la para a parte externa da casa que dividiam com os dois filhos, de 3 e 8 anos, onde ele a ameaçou de morte.

Fabiana narrou que, nessa ocasião, chegou a gritar por seu filho mais velho, que não apareceu no local. Após cessada a agressão, o menino teria contato à mãe que ficou parado na escada da residência com medo de ir para a área externa e também ser vítima das violências do pai. Na delegacia, a major ainda relatou que as duas crianças constantemente eram alvos de tapas, socos, chineladas e ameaças dele.

No depoimento, Fabiana também relatou que, no mês passado, durante um jantar em um restaurante na Barra da Tijuca, Luiz Alberto iniciou uma discussão alegando que ela possuía um amante. A oficial teria tentado “conciliar a situação”, mas no carro, ao voltarem para a Ilha do Governador, o empresário teria iniciado uma “sessão de espancamento”, com coronhadas na cabeça e socos em seu rosto, tendo a ferido em seus olhos.

Ao GLOBO, o delegado Marcus Henrique de Oliveira Alves, titular da 37ª DP, informou que o inquérito segue sob sigilo e está realizando diligências e ouvindo testemunhas para esclarecer as circunstâncias do caso. Em nota, a Secretaria de Polícia Militar informou que investigações sobre o caso estão a cargo da Secretaria de Polícia Civil e que a área correcional da corporação "acompanha os trâmites e colabora no que for necessário".

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