Pela primeira vez desde a morte do menino Henry, Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, e sua ex-namorada, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva falam em juízo sobre o caso. Eles são réus no processo que apura a morte de Henry e antes apenas prestaram depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca) em 17 de março do ano passado, quando alegaram que o menino foi vítima de um acidente doméstico e negaram que tivessem cometido crimes.
Após um pedido da defesa de Jairinho, a juíza responsável pelo caso pediu para que a imprensa não gravasse nem fizesse imagens do depoimento. Os advogados requisitaram, em base ao direito de imagem, para que o interrogatório do ex-vereador não seja acompanhado pelos jornalistas ou transmitido. A transmissão iniciou apenas após o encerramento do depoimento de Jairinho.
A audiência começou com uma hora e meia de atraso. Logo que entrou, Monique fez um sinal da cruz em direção para sua familia, que acompanha o julgamento.
Jairinho: 'Nunca encostei em um fio de cabelo de Henry'
No início do interrogatório Jairinho afirmou que não vai responder as perguntas feitas a ele, reservando seu direito de permanecer em silêncio. O ex-vereador disse que só vai se pronunciar após a conclusão de diligências pendentes, que são as análises das imagens de câmeras do IML no dia da morte do menino Henry, do atendimento no hospital, o raio-x feito na criança e o confronto entre os peritos oficiais do caso e os peritos contratados por ele.
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Seu depoimento durou cerca de 10 minutos e ele negou as acusações feitas pelo Ministério Público:
— Eu nego todos os fatos narrados na denúncia do Ministério Público. Juro por Deus que nunca encostei um dedo em um fio de cabelo do Henry. Preciso provar a minha inocência e a da Monique também. Se eu estou sofrendo no sistema prisional, imagino o que está sofrendo a Monique, que perdeu um filho. Existe a justiça dos homens e a justiça de Deus. Eu penso todos os dias como o perito (Leonardo Tauil, responsável pela necropsia do Henry) tem conseguido dormir, colocar a cabeça no travesseiro tranquilo — disse o ex-vereador.