Em reunião realizada no início da tarde desta sexta-feira, parte dos integrantes da comunidade científica do Grupo de Apoio Técnico à Vigilância Estadual de Saúde (comitê científico) avaliaram que devido à explosão de casos da variante Ômicron da Covid-19 não há condições de liberar eventos abertos ou fechados que gerem aglomerações, que sejam difíceis de controlar.
Baseado nos números atuais, essa lista incluiria hoje os desfiles na Marquês de Sapucaí, os eventos do carnaval de rua bem como shows. O comitê tem caráter apenas consultivo, ou seja, as autoridades podem seguir ou não suas orientações.
Apesar dia avaliação do comitê, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, avalia que ainda é cedo para decidir sobre os desfiles no Sambódroromo por depender da evolução da doença. Mas a situação é diferente em relação ao carnaval de rua.
Nesta sexta-feira em suas redes sociais, o governador Cláudio Castro contou que ele mesmo sugeriu ao comitê a suspensão desses eventos. Várias cidades do estado já anunciaram que os blocos não irão para a rua, entre os quais: Rio de Janeiro, Niterói, Maricá, São Gonçalo, Duque de Caxias e Campos.
Chieppe disse que em uma reunião na semana que vem, que já estava marcada, transmitirá ''a recomendação'' do governador para os secretários de saúde dos 92 municípios.
Leia Também
''Seria irresponsável autorizar aglomerações, sem haver a possibilidade de seguir os protolocos sanitários, enquanto os casos de Covid-19 crescem'', escreveu Castro.
No encontro, o infectologista e epidemiologista Roberto Medronho da UFRJ chegou a pedir a suspensão dos desfiles:
— Não vivemos em uma bolha. Nesse quadro atual, não dá para ter carnaval de rua ou na Sapucaí. Proponho que haja uma discussão com a sociedade. Sei que há a questão econômica. Mas qual o preço que a sociedade está disposta a pagar. Não é possível manter um afastamento mínimo entre as pessoas em grandes eventos, como na Sapucaí. O debate envolve uma questão ética em que se pesem a Economia, a Saúde e a Cultura— disse Medronho.