O presidente do PSB, Carlos Siqueira, reagiu ontem à declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmando que o ex-prefeito Fernando Haddad será o vencedor da eleição para o governo de São Paulo em 2022.
Siqueira disse que só aceitará uma aliança com o PT se o partido aceitar fazer concessões e abrir mão de algumas candidaturas nos estados. As informações são do portal g1.
Para que a composição entre PSB e PT se viabilize, Haddad precisaria retirar a candidatura em São Paulo. Siqueira reiterou que o ex-governador Márcio França (PSB) é o pré-candidato do PSB ao Palácio dos Bandeirantes e enfatizou que a legenda não abre mão do posto. O partido também exige apoio do PT no Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
— Faz parte essa tentativa de viabilizar a candidatura do Haddad. Mas seguiremos insistindo que o PT se concentre na eleição presidencial e não queira disputar com seu aliado, o PSB, os governos estaduais. Se essa postura for mantida, a federação não existirá — afirmou Siqueira ao g1.
Haddad tem se mostrado entusiasmado com a candidatura, e a mais recente pesquisa do instituto Datafolha, feita entre os dias 13 e 16 de dezembro, o coloca na liderança num cenário em que o ex-governador Geraldo Alckmin deixaria a disputa para ser vice na chapa do ex-presidente Lula — a hipótese mais provável é que Alckmin, que deixou o PSDB, migre para o PSB.
Esse acordo nacional, porém, também está atrelado às negociações entre PT e PSB nos estados. Alckmin não decidiu seu destino político e ainda avalia concorrer ao governo paulistano.
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Ainda assim, caso o ex-governador não concorra, Haddad lidera, com 28% das intenções de voto. Ele é seguido por França, com 19%, e Guilherme Boulos, com 11%. No terceiro pelotão, com índices mais baixos, ficaram Tarcísio de Freitas (sem partido), com 7%; o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), entre outros candidatos.
Na quarta-feira, Lula deu sinais de que aposta as fichas em Haddad.
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— Não sei se está percebendo, Haddad, que você vai ganhar o governo de São Paulo — disse Lula, olhando em direção ao ex-prefeito.
Além de não ceder em São Paulo, Lula citou o senador Humberto Costa (PT-PE) como possibilidade para o governo de Pernambuco, comandado por Paulo Câmara (PSB), que já não pode mais se reeleger — o estado é outro considerado prioritário pelo PSB, que busca um nome competitivo.
Na terça-feira, o presidente do PSB já havia sinalizado o tom da dificuldade que é viabilizar o acordo com os petistas, ao ser questionado pelo GLOBO. Embora admita que veja o ensaio da chapa Lula-Alckmin com bons olhos, Siqueira deixa claro que não arredará o pé das candidaturas em São Paulo e Pernambuco.
— Posso até excluir todos os outros (estados), mas Pernambuco e São Paulo permanecerão — afirmou.
Há também interesses conflitantes no Espírito Santo, onde o PT filiou o senador Fabiano Contarato, que avalia concorrer contra o governador Renato Casagrande (PSB).