'Se for pra tirar a dor dos pais, me condenem', diz réu do caso Kiss
Luciano Bonilha é o segundo réu a prestar depoimento no caso do incêndio na Boate Kiss
Luciano Augusto Bonilha Leão, 44 anos, foi o segundo réu a prestar depoimento no júri do incêndio na Boate Kiss nesta quinta-feira (9). O produtor musical foi responsável por acionar o artefato pirotécnico que iniciou o fogo na boate.
Auxiliar da banda 'Gurizada', que tocava no local, ele relatou que o grupo já havia utilizado artefatos pirotécnicos em ao menos outros nove shows. De acordo com Luciano, a banda não sabia que o teto do palco tinha sido rebaixado e revestido com espuma.
Ele se declarou inocente por 242 homicídios e 636 tentativas, e afirmou que se os pais buscam algum culpado, ele está disposto a receber a condenação.
"Tenho consciência tranquila que não foi meu ato que tirou a vida desses jovens. Se for pra tirar a dor dos pais, eu tô pronto, me condenem [...] Se eu tivesse morrido lá, hoje sentada aqui tem a maior joia da minha vida, que é a minha mãe. Ela ia tá ali sentada com eles (familiares das vítimas)", afirmou.
Luciano relatou que acendeu o fogo de artifício e passou para Marcelo de Jesus, vocalista da banda. Quando a chama atingiu o teto, o fogo se espalhou rapidamente.
Esta quinta-feira (9) marca o nono dia de júri sobre o caso. Além de Luciano, outros três réus são julgados: Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Lodeiro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos.