Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares
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Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares

"É instituído o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ser comemorado, anualmente, no dia 20 de novembro, data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares". É o que diz a Lei 12.519 de 10 de novembro de 2011, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff.

As celebrações do dia 20 de novembro surgiram ainda nos anos de 1970, com  movimentos sociais da luta contra o racismo, mas foi no Rio Grande do Sul que pouco mais de 20 pessoas reunidas no Clube Náutico Marcílio Dias deram o primeiro passo no que culminou na criação do Dia da Consciência Negra, hoje celebrado em todo país.

QUEM FOI ZUMBI DOS PALMARES

Zumbi foi líder de um do maior quilombo que já existiu no Brasil. Como a sua própria alcunha indica, o Quilombo dos Palmares. O primeiro registro desse quilombo é de 1597, mas especulações dizem que pode ter surgido antes. Palmares foi o nome era o nome dado ao conjunto de mocambos, habitações precárias, que formavam o local. Há indícios de que em todo o quilombo haviam cerca de 20 mil habitantes.

Quilombos era lugares contruídos por negros africanos na luta contra a escravização europeia. Zumbi e os Palmares lutaram contra diversas expedições europeias que desejavam o fim do quilombo.

VIDA E MORTE DE ZUMBI

Pesquisas históricas apontam que Zumbi nasceu em 1965 na capitania de Pernambuco, mas sabe-se muito pouco sobre a sua vida pessoal. Segundo o jornalista Décio Costa, ele teria nascido livre em Palmares, mas entregue ainda criança como escravo para um padre. Depois de aprender a falar português e latim, fugiu aos 15 anos e retornou ao quilombo, já com uma certa liderança.

Não se sabe também se Zumbi tinha esposa ou filhos, embora uma carta escrita pelo rei Dom Pedro II sugira que o mesmo tinha.

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Sabe-se que Zumbi foi general no Quilombo dos Palmares, participante ativo em atos de resistência. Seu nome deriva-se do termo "Nzumbi", termo africano que pode ser traduzido como fantasma.

Antes de ser líder do quilombo, Zumbi se envolveu em polêmicas: se desentendeu com o então líder Ganga Zumba em 1678, que recebeu uma oferta de paz das autoridades, que concedia liberdade aos nascidos no quilombo, mas exigia o retorno de escravos fugitivos. Ganga Zumba teria aceitado, mas Zumbi defendeu a liberdade igualitária para todos. Tal desentendimento culminou na morte do então líder. Depois da morte de Ganga Zumba, seu irmão Gana Zona declarou-se líder de Palmares.

Em 1694, após um ataque do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, Palmares foi destruída e Zumbi fugiu. Acreditava-se que teria cometido suicídio, mas estudos negam tal tese. Ele viveu escondido na mata por cerca de um ano e meio, vivendo de ataque realizados por ele e seus companheiros sobreviventes.

Em 1695, um desses companheiros, chamado Antônio Soares, foi capturado e torturado antes de denunciar o esconderijo. Zumbi sofreu uma emboscada, foi capturado e morto. Sua mão foi cortada, cabeça decepada e levada para Recife, onde foi exposta em praça pública.

Sua morte aconteceu no dia 20 de novembro de 1695, mas só 316 anos depois o líder da revulação dos negros africanos no período escravagista foi homenageado, tendo a data da sua morte convertida no Dia da Consciência Negra.

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