O famoso “faraó dos bitcoins” já responde a quase 300 processos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Glaidson Acácio dos Santos tomou os noticiários brasileiros quando foi preso no final de agosto, acusado de liderar um esquema bilionário de pirâmide financeira através de sua empresa de investimentos GAS Consultoria Bitcoin, sediada em Cabo Frio.
A justiça afirma que a organização movimentou R$ 38 bilhões ao longo de vários anos de operação, prometendo lucros surreais de 10% ao mês através de supostos investimentos em bitcoin (BTC). No entanto, o dinheiro dos clientes não era totalmente aplicado na criptomoeda.
Faraó dos bitcoins responde a 287 ações na justiça
Agora, Glaidson responde a 287 processos no TJ-R J, abertos em diversas comarcas do estado. Todos estão em primeira instância e na área cível. O ex-garçom também aparece como réu em outras ações contra a GAS Consultoria Bitcoin. A empresa do “faraó” contabiliza 285 processo cíveis no Tribunal de Justiça do Rio.
O líder do esquema de pirâmide de bitcoin foi preso no dia 25 de agosto. Ele já tinha uma passagem comprada para Punta Cana, na República Dominicana, para realizar um evento de lançamento de um novo programa da GAS Consultoria. No entanto, Glaidson foi detido antes de embarcar no voo e se encontra preso preventivamente, uma vez que a justiça entende que há risco de fuga.
Como operava a GAS Consultoria Bitcoin
Na denúncia do Ministério Público Federal à Justiça Federal, Glaidson é acusado junto a outras 16 pessoas de organizar de montar um esquema de pirâmide financeira, usando investimentos em bitcoin de fachada. A GAS Consultoria teria envolvido ao menos 67 mil clientes desde 2015 . Ainda que as autoridades tenham identificado um volume de R$ 38 bilhões movimentados pela empresa, apenas R$ 200 milhões foram apreendidos com sucesso até então.
As contas da companhia e dos acusados estão congeladas e os pagamentos aos investidores foram interrompidos. Ainda não se sabe ao certo qual seria o tamanho do prejuízo às vítimas da base da pirâmide.
Mulher de Glaidson, a venezuelana Mirelis Diaz Zerpa conseguiu sacar R$ 1 bilhão em BTC após as primeiras prisões acontecerem. Ela ainda está foragida. Outras cinco pessoas acompanhavam o “faraó dos bitcoins” no dia de sua prisão, mas conseguiram chegar ao Caribe, onde permanecem até o momento. Ao menos dois indivíduos desse grupo possuem mandados de prisão preventiva no Brasil.
Segundo as investigações, a GAS Consultoria Bitcoin operava com quatro níveis hieráquicos. Glaidson e Mirelis são os fundadores da empresa e a lideravam. A mulher do faraó é tida como a responsável financeira da organização. Abaixo deles estavam os chamados “sócios”, pessoas de confiança e próximas ao casal, como Tunai Pereira Lima e Márcia Pinto dos Santos, presos em um avião no dia 24 de agosto.
Há ainda os “sócios-administrativos” João Marcos, Larissa e Victor Lemos, que eram responsáveis pela gestão de contratos, recebimento e pagamentos de valor e outras tarefas dentro da GAS Consultoria. Por fim, no último nível estavam os consultores.
Com informações: O Globo
Líder de pirâmide, “faraó dos bitcoins” já responde a quase 300 processos