Walter Correa de Souza Neto, o médico que elaborou o dossiê que denunciou supostas irregularidades na operadora de planos de saúde Prevent Sênior durante a pandemia de covid-19, pediu ao Ministério Público Federal e ao ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para ser incluído no programa de proteção à testemunha.
Segundo a Folha, a pasta comandada por Damares Alves encaminhou a demanda ao Instituto Provita, versão estadual do programa, e até esta quarta, as solicitações ainda estavam sem respostas.
O ministro do STF Gilmar Mendes já tinha autorizado a inclusão, mas segundo Bruna Morato, advogada de Souza Neto, um novo pedido foi feito por uma "sensação de ameaça constante".
A informação foi dada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), durante visita da cúpula da CPI da Covid ao Ministério Público de São Paulo. Ele afirma também que Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde e irmão do deputado Luís Miranda, que denunciou irregularidades na compra da Covaxin, também é alvo de ameaças.
"Isso demonstra a obscuridade do momento em que vivemos", afirmou.
A Prevent Sênior é acusada de administrar deliberadamente os medicamentos do chamado kit covid, que não tem eficácia comprovada contra a covid-19, e conduzir um estudo irregular com cerca de 600 pacientes. Desde outubro, a operadora está proibida de receitar os remédios, de acordo com um Termo de Ajustamento de Conduta assinado junto à Promotoria de Saúde Pública.