Empresa terá que pagar R$ 1,8 milhão por morte de Beto Freitas em Carrefour

João Alberto Silveira Freitas for mortos por seguranças da empresa em uma unidade do supermercado em Porto Alegre, em novembro de 2020

Foto: Reprodução/ CNN
Beto Freitas foi espancado até a morte no estacionamento do supermercado


A empresa Vector, que oferece o serviço de segurança patrimonial, foi condenada a pagar uma indenização no valor de R$ 1,8 milhão pela morte de João Alberto Silveira Freitas, mais conhecido como Beto Freitas. O homem negro  foi espancado até a morte por seguranças da empresa que trabalhavam no supermercado Carrefour, em Porto Alegre, há quase um ano.


O crime aconteceu em 19 de novembro passado, véspera do dia em que se celebra a Consciência Negra. Os seguranças foram presos em flagrante. Já a decisão judicial foi divulgada nesta sexta-feira (5).


Segundo a CNN Brasil, na quinta (4), o Cejusc do Rio Grande do Sul, órgão de mediação do Tribunal de Justiça do estado, divulgou que a empresa havia chegado a um acordo com entidades de defesa dos direitos humanos e com a Defensoria Pública sobre o pagamento da indenização. Com isso, metade do valor será destinado a bolsas de permanência para universitários negros do Prouni, 30% irá financiar crianças negras de até 5 anos em creches e 15% será destinado para compra de cestas básicas para famílias negras que vivem no bairro Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre.


Além disso, a empresa deverá fazer campanhas de conscientização sobre práticas antirracistas e reformular suas políticas internas com a criação de uma ouvidoria. O órgão deverá receber denúncias de abuso e racismo.



A publicação lembra ainda que, em maio deste ano, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) estabeleceu que o Carrefour deverá pagar R$ 115 milhões em indenização à família de Beto Freitas . A rede informou a investidores que o valor seria "desembolsado ao longo dos próximos anos".