Antes de ser presa, advogada de Marcinho VP se escondeu em comunidades dominadas
Elker Cristina Jorge de Oliveira foi condenada por colaborar como informante dos criminosos e vinha sendo monitorada
Um mês antes de ser presa na casa de parentes, em Araruama, na Região dos Lagos, a advogada Elker Cristina Jorge Oliveira se escondeu em comunidades do Complexo de Manguinhos e Arará, na Zona Norte do Rio. Ambas são dominadas pela maior facção criminosa do Rio, comandada pelo traficante Marcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, cliente de Elker.
Ela foi presa em 2019 justamente por colaborar como informante do grupo e vinha sendo monitorada em uma ação conjunta da Delegacia de Polícia Interestadual - Divisão de Capturas, da Polícia Civil, e da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, da Polícia Militar.
De acordo com as investigações, Elker Cristina tinha contato direto com Marcinho VP, já que era sua advogada, e levava e buscava informações da facção, que eram usadas para ele continuar no comando da quadrilha. O inquérito que resultou em sua condenação teve início com uma carta rasgada e reconstituída por policiais. A carta falava do rompimento entre um grupo criminoso de São Paulo e o do traficante carioca.
A advogada teria levado a carta para que Marcinho VP que tomasse conhecimento do assunto e decidisse a posição do grupo criminoso diante da ruptura. Também foi apreendida uma agenda onde constava detalhes sobre negociações relacionadas ao tráfico de drogas e de armas. Atualmente, ele cumpre pena no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná.
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Na última quinta-feira, dia 14, Elker Cristina publicou um texto em suas redes sociais sobre consequências geradas por ações ruins: "Apenas pense sobre isso... A vida vai te cobrar o troco errado que você deixou passar, a pessoa que você traiu, o carro que você arranhou na rua, a mentira que você contou para quem confiou em ti, a maldade gratuita que você fez... Muitos se esquecem do mal que fizeram e se perguntam por que tal coisa de ruim está acontecendo, quando na realidade o que ocorre é apenas o resultado do que se plantou no passado. É a lei da semeadura, a gente colhe o que planta. E o preço é pago com juros e correções monetárias. Isso te tranquiliza ou te espanta?”, escreveu.
De acordo com a Polícia Militar, a parceria entre a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, através da Superintendência de Inteligência e Análise, e a Delegacia de Polícia Interestadual - Divisão de Capturas, da Polícia Civil, já culminou com a prisão de dez criminosos foragidos em áreas de Unidades de Polícias Pacificadoras.