'A gente colhe o que planta', postou advogada de Marcinho VP antes de ser presa
Elker Cristina Jorge foi condenada por colaborar como informante da maior facção criminosa no Rio
Menos de 24 horas antes presa na casa de parentes, em Araruama, na Região dos Lagos, a advogada Elker Cristina Jorge publicou um texto em sua rede social sobre consequências geradas por ações ruins: "A gente colhe o que planta", afirmou na postagem. Condenada em 2019 por colaborar como informante da maior facção criminosa do Rio, ela fazia parte da defesa do chefe do grupo, o traficante Marcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e vinha sendo monitorada em uma ação conjunta da Delegacia de Polícia Interestadual - Divisão de Capturas, da Polícia Civil, e da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, da Polícia Militar.
Na mensagem compartilhada por Elker Cristina em seu perfil no Facebook, na última quinta-feira, dia 14, a advogada escreveu: "Apenas pense sobre isso... A vida vai te cobrar o troco errado que você deixou passar, a pessoa que você traiu, o carro que você arranhou na rua, a mentira que você contou para quem confiou em ti, a maldade gratuita que você fez... Muitos se esquecem do mal que fizeram e se perguntam por que tal coisa de ruim está acontecendo, quando na realidade o que ocorre é apenas o resultado do que se plantou no passado. É a lei da semeadura, a gente colhe o que planta. E o preço é pago com juros e correções monetárias. Isso te tranquiliza ou te espanta?"
De acordo com as investigações, Elker Cristina tinha contato direto com Marcinho VP, já que era sua advogada, e levava e buscava informações da facção, que eram usadas para que ele continuasse à frente do comando da facção. A investigação que resultou em sua condenação teve início a partir de uma carta rasgada e reconstituída por policiais. O material trazia o rompimento entre uma facção do estado de São Paulo e a do traficante carioca.
A advogada teria levado a carta para Márcio que tomasse conhecimento do assunto e decidisse a posição do grupo criminoso diante da ruptura. Também foi apreendida uma agenda onde constava detalhes sobre negociações relacionadas ao tráfico de drogas e de armas. Atualmente, Marcinho VP cumpre pena no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná.