Entenda o que é a Bandeira de Gadsden utilizada nos últimos atos de setembro
O símbolo de extrema-direita esteve presente nas últimas manifestações do dia 7 e 12 de setembro
Um símbolo da extrema-direita marcou presença nas últimas manifestações de setembro. No último dia 7 , na Avenida Paulista, algumas Bandeiras de Gadsden apareceram durante os atos pró-bolsonaro. Já no dia 12 , em Salvador, a bandeira voltou a aparecer no meio da multidão nos atos a favor do impeachement do presidente.
Bandeira de Gadsden bramida em ato em Salvador neste 12 de setembro de 2021. A flâmula histórica, associada à extrema-direita após ser adotada pelo Tea Party nos EUA, também tem sido utilizada por ancaps https://t.co/8yig8mJLKq
— Jeff Nascimento (@jnascim) September 12, 2021
Foto: Paula Fróes/ @correio24horas pic.twitter.com/nuSzJDVmGI
A multidão escapa pelas ruas perpendiculares em torno da quadra do Parque Trianon. As pessoas tentam chegar perto da Fiesp, onde Bolsonaro deve discursar. Há por aí algumas bandeiras de Gadsden, símbolo da extrema-direita. pic.twitter.com/C6sdcOiiS6
— Guilherme Caetano (@guiicaetano) September 7, 2021
A bandeira amarela com uma cascavel e a frase “don’t tread on me” (“não pise em mim”, em inglês) originou-se na Revolução Americana, mas passou a ser associada à extrema-direita desde que foi adotada pelo Tea Party.
O Tea Party é um movimento social e político dos Estados Unidos. O "Partido do Chá" surgiu da ala radical do Partido Republicano, que mistura um pouco de libertarianismo, populismo, conservadorismo e ultradireitismo.
Na bandeira, há a representação de uma cascavel, que foi colocada como um símbolo dos nascentes Estados Unidos desde um cartum político criado por Benjamin Franklin, mostrando uma cobra cortada em pedaços que deveria se unir para combater o Império Britânico.
A cor amarela foi sugerida pelo general revolucionário Christopher Gadsen e serviu como emblema dos Fuzileiros Navais Continentais que lutavam pela independência dos EUA. Por conta disso, a bandeira foi batizada com o sobrenome do general.
Na última década, a flâmula passou a representar um símbolo contra a intervenção estatal, principalmente na questão do controle de armas. Além disso, no Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), postou uma foto segurando uma arma e a bandeira de fundo em 2017.
Segundo a Ponte Jornalismo, atualmente, a bandeira tem sido muito associada ao movimento anarcocapitalista (ou neofeudalismo) que prega uma sociedade sem Estado onde todas as interações humanas seriam reguladas pelo mercado.
** Leticia Martins é estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. É estagiária de Último Segundo, com foco em Hard News. Tem experiência em assessoria de imprensa, é fascinada em política e causas sociais. Certificada em missões urbanas, trabalha como voluntária em ONG´s que auxiliam refugiados no Brasil.