O general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo entre janeiro e junho de 2019, afirma que a celebração de 7 de setembro foi sequestrada por interesses pessoais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e transformada em um ato meramente político . O militar deixou o governo após um embate público com o presidente da República.
"Um dia sequestrado por interesses políticos, por interesses pessoais, com discursos com fanfarronice, com ameaça. Isso não é bom num dia de celebração da nossa independência. Por isso que a gente ficou independente: para se desenvolver economicamente, socialmente, politicamente, e não para ficar só com briga e fanfarronice política."
Para o general, o presidente perdeu a oportunidade de abordar questão importantes para o país ou homenagear os mais de 560 mil mortos por Covid-19 no Brasil.
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"Ele falou mais das confrontações entre os poderes do que dos problemas reais que o Brasil tem. Na hora de homenagear aqueles que nós perdemos para a Covid, de a gente espalhar um sentimento de solidariedade com aqueles que estão passando necessidade, desempregados… Infelizmente o 7 de setembro foi transformado em um momento puramente político. É lastimável isso aí" afirmou.
Bolsonaro discursou em três ocasiões hoje, duas em Brasília, pela manhã, e uma em São Paulo no final da tarde. Na mais grave das suas afirmações, ele fez ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e avisou que não vai cumprir decisões do ministro da Corte Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que investigam o presidente.
"Dizer a vocês que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo para pedir seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais", afirmou Bolsonaro na Avenida Paulista.