Alerj vai questionar prefeitura sobre aluguel de ônibus escolar para o BRT
Domingos Peixoto / Agência O Globo
Alerj vai questionar prefeitura sobre aluguel de ônibus escolar para o BRT

A Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa (Alerj) vai cobrar da Secretaria municipal de Transportes através de ofício, nesta segunda-feira, explicações sobre suposta intenção de alugar de cerca de 30 ônibus, ao valor de R$ 1.056 milhões mensais para reforçar o atendimento aos usuários do BRT. De acordo com o presidente da comissão, deputado Dionísio Lins (Progressista), há informações de que estes coletivos são os mesmos que fazem o transporte de alunos da rede municipal, na Zona Oeste, conhecidos como “Ônibus da liberdade”.

"Somos completamente contrários ao aluguel desses ônibus escolares. Hoje temos a pandemia, mas amanhã tudo isso passando, como ficarão os milhares de alunos que são atendidos para se locomoverem na ida e na volta para escolas? É como despir um santo para vestir outros", criticou o parlamentar.

Ainda segundo o presidente da comissão, os veículos sofrerão adaptações como a colocação de duas portas do lado esquerdo para o embarque e desembarque nas plataformas do sistema. A prefeitura confirmou que está realizando testes operacionais com um ônibus de piso alto, que não mais integra a frota que atende ao transporte escolar.

Caso o resultado seja positivo a equipe de intervenção do BRT pretende contratar esses coletivos que passarão a integrar o sistema, “de forma independente da frota que atende ao transporte escolar, cujo contrato é da Secretaria Municipal de Educação.”

A prefeitura informou ainda que, por se tratar de testes, não foi celebrado contrato e também não tem estimativa de quantos veículos serão utilizados nem a data de entrada em operação dos mesmos, o que será informado oportunamente. Uma foto publicada pelo portal Flumibuss RJ mostra um ônibus igual ao do transporte de alunos na Zona Oeste em teste de plataforma do Terminal Alvorada e informa que a pretensão da equpe de intervenção é usar os coletivos no BRT a partir de setembro.

Sobre a possibilidade de aluguel dos coletivos, Dionísio Lins disse ainda que é preciso entender como será feita essa transação, de onde vem a verba para o aluguel dos veículos e se não seria mais fácil utilizar os ônibus das empresas dos consórcios que atendem a prefeitura e que encerraram suas atividades, evitando assim um gasto mensal enorme com o aluguel.

O projeto “Ônibus da liberdade” foi criado em 2004, pelo então prefeito César Maia, para atender estudantes que moravam distante das escolas em áreas não servidas pelo transporte público. Considerado um forte aliado na redução da evasão escolar, pais se queixam da precariedade do serviço que sofreu redução de frota na gestão passada.

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Confira, a seguir a íntegra da nota da prefeitura:

“A prefeitura do Rio, por meio do BRT Rio, informa que realiza testes operacionais com um ônibus de piso alto que não mais integra a frota que atende ao transporte escolar.

Informamos também que não se trata de empréstimo. Se os testes forem bem sucedidos, o BRT Rio irá contratar e pagar por esses ônibus, que passarão a integrar o sistema, de forma independente da frota que atende ao transporte escolar, cujo contrato é da Secretaria Municipal de Educação.

Em ambos os casos, o aluguel se dá por ônibus efetivamente em operação, incluindo motorista, combustível e garagem.

Por ser fase de testes, não foi celebrado contrato. Também não temos estimativa de veículos a serem contratados e a data para início dessa operação. Mais detalhes desse projeto serão divulgados no momento oportuno.”

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