Empresa de influenciador assassinado no RJ encerra atividades
Encerramento das atividades acontece uma semana após a execução Wesley Pessano Santarém; Polícia Civil apura motivação do crime
Uma semana após a morte do investidor em criptomoedas e influenciador digital Wesley Pessano Santarém , de 19 anos, assassinado a tiros em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, na tarde da última quarta-feira, a Ares Consultoria e Investimentos, da qual ele era sócio majoritário, anunciou que está encerrando as suas atividades e qualquer captação de novos investidores. A nota, postada em rede social na noite de terça-feira e que tem vários erros de Português, informa ainda que estão sendo tomadas novas decisões sobre o rumo que a empresa tomará. Na semana passada, a 125ª DP (São Pedro da Aldeia) ouviu um dos sócios de Wesley. Familiares da vítima também já falaram com a polícia. Os agentes não descartam que o rapaz executado estivesse envolvido numa disputa entre grupos concorrentes que investem em moedas virtuais ou que possa ter causado prejuízo a um cliente. Outra hipótese levantada é a de queima de arquivo.
Wesley foi morto em um Porsche, avaliado em R$ 440 mil, que está em nome da Ares Consultoria e Investimentos. Na nota, a empresa disse também que vai precisar de alguns dias para se organizar financeiramente e o cliente que tiver qualquer dúvida referente a pagamento ou rentabilidade deverá recorrer a um número de telefone que eles disponibilizaram no fim do comunicado.
Entre a madrugada de sábado e a manhã de segunda-feira, dia 9, três pessoas foram presas acusadas de terem ligação com o crime. O suspeito de ser o contratante dos executores do jovem foi encontrado em Rio das Ostras. Um dos executores e o motorista do carro usado no crime foram presos no Rio, na madrugada de sábado, na Vila da Penha, na Zoa Norte do Rio. Os investigadores procuram informações sobre quem mandou matar o rapaz. De acordo com as informações da Polícia Civil, há indícios de que o mesmo carro usado no assassinato de Wesley esteve presente na tentativa de matar um empresário no bairro de Jardim Esperança, em Cabo Frio, no mês de junho.
A força-tarefa da Polícia Civil que investiga crimes ligados a transações de moedas virtuais vai mirar empresários que atuam nessa modalidade em Cabo Frio, que também fica na Região dos Lagos. Pelo menos duas empresas, a Winzer Cooperativa e a Consultoria Black Warrior, são acusadas de aplicar golpes em investidores em diversas cidades daquela região. Os empresários serão intimados a prestar esclarecimentos. O Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) passou a integrar a força-tarefa.
Investigadores afirmam que milhares de vítimas caíram no golpe da pirâmide e milhões de reais foram movimentados por essas empresas nos últimos meses. A Polícia Civil não descarta a possibilidade de Wesley ter sido morto após aplicar golpes na cidade. O DGCOR-LD também quer identificar membros de organização criminosa que estejam se beneficiando financeiramente com a disputa pelo mercado que vem ocorrendo nos municípios da Região dos Lagos.
Segundo o delegado Flávio Porto de Moura, diretor do departamento, uma investigação financeira foi aberta para "impedir que esse mercado seja explorado por organizações criminosas que eventualmente tenham algum interesse no segmento".