Influenciador morto dentro de Porsche pode ter sido vítima de queima de arquivo

Polícia também apura possível disputa entre grupos ligados ao mercado de criptomoedas em Cabo Frio (RJ), que registrou três atentados contra pessoas do ramo

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Wesley Pessano exibe seu carro

A Polícia Civil montou uma força-tarefa ontem para investigar a  morte do investidor e influenciador digital Wesley Pessano Santarém, de 19 anos, assassinado a tiros em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, na tarde de quarta-feira, além de outros crimes que podem estar ligados ao mercado de criptomoedas em Cabo Frio. Os agentes não descartam que o rapaz executado estivesse envolvido numa disputa entre grupos concorrentes que investem em moedas virtuais ou que possa ter causado prejuízo a uma pessoa. Outra hipótese levantada é a de queima de arquivo.

"Criamos a força-tarefa para elucidar esses crimes que estão acontecendo nos municípios da Região dos Lagos", anunciou o delegado Pedro Henrique Brandão Medina, diretor do Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI).

Quatro delegacias — 125ª DP (São Pedro da Aldeia), 126ª DP (Cabo Frio), 127ª DP (Armação de Búzios) e 129ª DP (Iguaba Grande) — vão compor o grupo de trabalho, que vai analisar inquéritos que envolvam transações em criptomoedas. Nos últimos meses, Cabo Frio registrou três atentados contra empresários e pessoas que atuam no ramo de bitcoins. Investigadores afirmam que “uma ciranda financeira” está acontecendo no município.

Wesley foi morto em um Porsche, avaliado em R$ 440 mil, que está em nome da Ares Consultoria e Investimentos, da qual ele era sócio. Com duas marcas de tiro na lataria, o veículo passou por perícia. Testemunhas já começaram a ser ouvidas. A polícia também chamará para depor sócios de Wesley na Ares, especializada em transações com criptomoeda. Em uma nota de pesar, a empresa informou que seguirá com suas atividades normais, após “esse momento difícil”.

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Wesley Pessano Santarém foi assassinado aos 19 anos

Segundo o delegado Milton Siqueira Júnior, titular da 125ª DP, ainda é cedo para afirmar que a morte de Wesley tenha relação com o mercado financeiro:

"Não sabemos se ele devia a alguém, se ele estava envolvido com algo ilegal. O que é fato: ele estava com um carro de luxo e com um cordão de ouro. Se alguém foi para matá-lo, eles aproveitaram e levaram o cordão que estava no pescoço da vítima".

Wesley era muito atuante nas redes sociais. Em suas postagens, ele prometia lucros vultuosos e rápidos. “Tudo em que boto a mão vira ouro”, escreveu. Os pais do rapaz chegaram nesta quinta-feira do Rio Grande do Sul para liberar o corpo do filho, que estava no Instituto Médico-Legal (IML) de Cabo Frio. Abalados, parentes e amigos da vítimas não quiseram dar entrevistas. O corpo foi levado para Porto Alegre (RS), onde será enterrado.