O vice-procurador-geral-eleitoral Paulo Gonet, novo chefe do Ministério Público Eleitoral escolhido pelo procurador-geral da República Augusto Aras, decidiu não pedir uma nova apuração sobre possíveis ilícitos eleitorais cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro. Argumentou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já tomou providências, já que o corregedor-geral Luís Felipe Salomão abriu um inquérito administrativo sobre o assunto, e que por isso o Ministério Público não precisaria agir.
No último dia 13 de julho, um grupo de subprocuradores-gerais da República enviou um pedido a Aras para que abrisse uma investigação eleitoral contra Bolsonaro diante dos ataques às urnas eletrônicas e ameaças de não-realização das eleições do próximo ano. Aras não respondeu ao pedido e delegou o assunto ao novo vice-procurador-geral-eleitoral, nomeado para o cargo no dia 27 de julho.
Gonet proferiu um despacho sucinto de cinco páginas em resposta aos subprocuradores. Evitou fazer qualquer juízo de valor sobre as ações de Bolsonaro, cada vez mais acirradas contra a Justiça Eleitoral. Disse apenas que o TSE já agiu com a abertura do inquérito administrativo e com o envio de notícia-crime para o inquérito das fake news.
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"Os fatos objeto da representação, portanto, já estão postos à apreciação da Justiça Eleitoral e também do Supremo Tribunal Federal. De toda sorte, as informações e análises constantes do expediente são relevantes e constituem subsídios de interesse", escreveu.
No despacho, ele determinou que a documentação apresentada pelos subprocuradores-gerais da República seja enviada a um setor interno da Procuradoria-Geral Eleitoral.