Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado

Ex-presidente do Senado e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP) atuou pela revogação da prisão do o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias , na quarta-feira (7). Esta é a segunda vez em que o democrata ajuda Dias nos bastidores. O diretor foi indicado ao antigo cargo com o apoio do ex-deputado Alberto Lupion (DEM-PR), aliado de Alcolumbre.

Momentos após o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM) , determinar a prisão de Dias, Alcolumbre foi sozinho ao gabinete do senador amazonense, onde ficou por cerca de meia hora. Na saída do gabinete, o presidente da CPI foi informado por um auxiliar que ainda teria que assinar o auto de prisão para formalizar o ato. Neste momento, Alcolumbre brincou: "Para revogar, né?".

Depois, os dois seguiram juntos ao plenário, onde permaneceram sentados lado a lado durante quase toda a sessão. Aziz, entretanto, não recuou da prisão. Roberto Dias só foi liberado no final da noite de ontem, após pagar fiança de R$ 1,1 mil .

De acordo com pessoas próximas a Alcolumbre, ele se juntou a outros senadores governistas que se manifestaram contrários à forma como a ordem de prisão foi dada. Para o grupo, além de ser contra o regimento interno da Casa, a atitude de Aziz foi desproporcional.

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Além da abordagem com Aziz, parlamentares tentaram atuar para convencer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) a revogar a prisão, sob o argumento de que a Ordem do Dia do plenário já tinha iniciado e a CPI não poderia mais estar funcionando naquele momento. Apesar de ter cogitado atender ao grupo, Pacheco optou por não se envolver no caso.

No ano passado, após suspeitas de irregularidades na aquisição de testes da Covid-19, o ex-ministro Eduardo Pazuello decidiu exonerar Dias, mas o diretor foi mantido por pressão política. O GLOBO apurou que a exoneração, que já havia sido comunicada à Casa Civil, foi revertida a pedido do então presidente do Senado, Davi Alcolumbre, diretamente ao Palácio do Planalto. A informação foi antecipada pela CBN.

Interlocutores de Alcolumbre afirmam que ele tinha apenas uma relação amistosa de trabalho com Dias, quando o parlamentar procurou o diretor para levar insumos para o enfrentamento à Covid para o Amapá. Porém, negam que o ex-presidente do Senado tenha agido para segurar o diretor no cargo ou atuado diretamente, ontem, sobre a prisão.

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