Marcelo Queiroga , ministro da Saúde, abandonou uma entrevista realizada nesta quarta-feira (23) após ser questionado a respeito do contrato entre sua pasta e a farmacêutica Bharat Biotech para aquisição das vacinas Covaxin . Assista:
Nas imagens, o diálogo inicia-se com um questionamento sobre as doses dos imunizantes. Queiroga, então, responde que "todas as vacinas que têm registro definitivo da Anvisa
ou emergencial, o Ministério considera para aquisições."
O imunizante Covaxin
, da Bharat Biotech, recebeu uma aprovação em 'condição especial' pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Marcelo, então, relata esperar que "este tipo de posicionamento para tomar uma posição acerca não só dessa vacina, mas de qualquer outra vacina que obtenha registro emergencial ou definitivo da Anvisa porque já temos hoje um número de doses de vacina
contratados acima de 630 milhões".
Ao ser questionado sobre a compra de imunizantes com preços acima do comum, Queiroga foi categórico: "Eu falei em que idioma? Eu falei em português. Então, não foi comprado uma dose sequer da vacina Covaxin
nem da Suptinik".
O Ministério Público Federal (MPF) apontou indícios de irregularidades no contrato assinado pelo Ministério da Saúde
para aquisição de vacinas da Covaxin. Há a suspeita de que o governo tenha pago um valor 1.000% acima do ofertado pela farmacêutica.
Segundo a procuradora Luciana Loureiro, houve "temeridade de risco" na situação contratual em relação aos imunizantes. "A omissão de atitudes corretivas da execução do contrato, somada ao histórico de irregularidades que pesa sobre os sócios da empresa Precisa e ao preço elevado pago pelas doses contratadas, em comparação com as demais, torna a situação carecedora de apuração aprofundada, sob duplo aspecto, cível e criminal
".