Operação policial na favela do Jacarezinho
Reprodução/redes sociais
Operação policial na favela do Jacarezinho

Uma operação da Polícia Civil na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (6) deixou 25 pessoas mortas . A ação policial ainda está cercada de dúvidas, com moradores fazendo denúncias à Defensoria Pública de que suspeitos foram assassinados mesmo já estando rendidos. A polícia nega que houve irregularidades na operação.

Veja o que se sabe até agora sobre o caso:

O que a polícia foi fazer na favela do Jacarezinho?


Agentes de diferentes delegacias, com apoio da Core, a tropa de elite da Polícia Civil, deflagraram a Operação Exceptis. A força-tarefa se tratava da investigação sobre o aliciamento de crianças e adolescentes para ações criminosas

Esses jovens eram recrutados para praticar assassinatos, roubos e sequestros de trens da Supervia. A polícia afirma que o tráfico da região adota táticas de guerrilha, com armas pesadas e "soldados fardados".

O que os moradores dizem?

Eles afirmam que suspeitos foram executados quando já estavam rendidos, sem chance de defesa. Os relatos foram feitos por testemunhas à Defensoria Pública.

Uma moradora contou que filmou um policial e disse que o suspeito que ele havia abordado queria se entregar. Ela acusou outros agentes de tentarem "encurralar" moradores para evitar que eles chegassem até o local onde supostamente o homem teria se rendido.

O que a polícia diz?

Segundo o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário operacional da Polícia Civil, não houve erros ou excessos na operação.

"A Polícia Civil não age na emoção. A operação foi muito planejada, com todos os protocolos e em cima de 10 meses de investigação", afirmou o subsecretário operacional da Polícia Civil.

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"Quando a polícia acessou, alguns criminosos foram encontrados já mortos. Caso está sob investigação e em breve a polícia vai dar mais detalhes dobre a dinâmica do que aconteceu", completou Oliveira.

Quem são os mortos?

Até agora, somente uma vítima foi identificada. Se trara do policial civil André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos. Ele foi atingido na cabeça no início da operação.

Os demais seguiam sem identificação oficial, mas, segundo o delegado Felipe Curi, os 24 eram "todos criminosos". “Não tem suspeito, é criminoso, bandido, traficante e homicida porque tentaram matar os policiais", afirmou. A corporação ainda não esclareceu as circunstâncias em que as pessoas foram mortas.

Quantos foram presos?

De acordo com o delegado Felipe Curi, seis pessoas foram presas. Três delas foram com mandado de prisão e outras três em flagrante. Três procurados foram mortos.

A polícia tinha falado em 21 criminosos denunciados e identificados em escutas autorizadas pela Justiça, mas não esclareceu se contra todos foram expedidos mandados de prisão.

O que foi apreendido na operação?

Segundo balanço divulgado às 17h de quinta-feira, foram apreendidas 16 pistolas, 6 fuzis, 12 granadas, 1 submetralhadora e 1 escopeta. Também foi apreendida "farta quantidade de drogas". Essa quantidade não foi contabilizada.

A operação foi autorizada?

A polícia garantiu que cumpriu todos os protocolos exigidos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O Ministério Público confirmou que foi avisado.

No ano passado, o STF determinou regras para operações policiais em comunidades — incursões de rotina estão proibidas. Pela decisão do ministro Edson Fachin, as ações só seriam permitidas de maneira excepcional durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

"Decisão do STF não impede a polícia de fazer o dever de casa. Ela coloca protocolos, e a Polícia Civil cumpre todos", disse o delegado Rodrigo Oliveira.

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