O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), foi de encontro a decisão do governo federal de vetar
o repasse de R$200 milhões para o financiamento de outra vacina brasileira contra o covid-19, a Versamune, e atacou o presidente
da República, Jair Bolsonaro
(sem partido).
Segundo Doria, para combater
a pandemia é necessário ter a "velocidade da Formula 1, e enquanto isso o governo federal faz em Formula Lenta. Está sempre depois, sempre atrasado
, sempre fora de hora".
O governador de São Paulo classificou a coletiva
realizada pelo Ministério da Saúde no dia 26 de março - 7 horas após o anúncio da ButanVac - para o introdução da Versamune, vacina produzida no Brasil
com participação do governo federal, como 'desorganizada'. "Nem sabiam direito o que estavam falando. E ele [Bolsonaro] cancelou
os R$200 milhões que havia anunciado para o desenvolvimento da vacina. É mau exemplo atrás de mau exemplo".
Patricia Ellen, secretária
de Desenvolvimento Econômico, pediu a palavra e disse que os estados precisam de recursos e não de anúncios. Segundo Ellen, com os cortes de recursos
federais anunciados na última sexta-feira (23) no Orçamento Nacional de Ciência e Tecnologia, o repasse atual não representa um terço do disponível em 2019.
"Estou acompanhando de perto o dilema
dos secretários de outros estados e é desesperador
. Nós nunca precisamos tanto de investimentos em tecnologia quanto precisamos agora", explicou a secretária.
Ao comentar sobre os planos do governo federal e do Ministério da Saúde para a realização de um teste
clínico ao imunizar a cidade de Botucatu
, o governador voltou a atacar a gestão Bolsonaro.
"Deixa o presidente Jair Bolsonaro
saber que o Carlos Fortaleza [envolvido no estudo do Ministério da Saúde], um grande médico, especialista, integra o Centro de Contingência
do Covid-19. Vai mandar cancelar a pesquisa no dia seguinte. Escrevam ai. Escrevam. Ele não sabe. Aliás, ele não sabe de nada. É o presidente da República do WhatsApp, das redes sociais dos filhos. No resto do tempo, brinca
de videogame enquanto os brasileiros morrem", finalizou João Doria.