Senadores que integram a CPI da Covid enxergam que as recentes atitudes de Jair Bolsonaro (sem partido), como defender publicamente o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e de métodos que serão invesigados na comissão, como uma tentativa de demonstrar força e mobilizar sua base.
Segundo parlamentares, o Planalto atua em duas frentes: o presidente dobra a aposta na sua narrativa enquanto reúne informações para se defender das apurações da comissão parlamentar de inquérito - programada para ser instalada nesta terça-feira (27).
Na última semana, o presidente
da República levou o ex-ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, a sua viagem para Manaus
e o defendeu publicamente ao elogiar
seu período à frente da pasta.
Em recente participação
em um programa de televisão, Bolsonaro acumulou uma série de polêmicas
com piadas questionáveis e posou com um cartaz
escrito "CPF cancelado", em alusão a mortes
de criminosos. O ato foi duramente criticado
por parlamentares, que lembraram que a frase é comumente utilizada
por grupos de milícias.
A Casa Civil defendeu, em nota, a reunião de informações concedidas aos ministérios para que uma defesa seja montada sobre as principais acusações.
"Diante da CPI da Covid no Senado Federal, nada mais natural que a Casa Civil reunir todos os dados e números de maneira a esclarecer qualquer questionamento feito no âmbito da comissão, além de se preparar para desmentir narrativas mentirosas que visem apenas atingir e desacreditar o governo federal", argumentou a pasta.
Dos 11 membros titulares, apenas 4 são 'governistas'. A maior preocupação de Bolsonaro, no entanto, é a relatoria da CPI destinada a Renan Calheiros (MDB-AL).