Mesmo em meio à pandemia, o ano de 2020 encerrou uma sequência que já durava três anos de quedas e registrou alta no número de policiais mortos em todo o Brasil. De acordo com dados do Monitor da Violência, parceria do Núcleo de Estudos da Violência da USP com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 198 assassinatos de agentes entre janeiro e dezembro do ano passado, o que representa aumento de 10% no comparativo com 2019.
O levantamento, que considerou os casos de 'confrontos com civis ou lesões não naturais com intencionalidade' envolvendo policiais na ativa, foi realizado pelo portal G1 junto às secretarias da Segurança Pública dos 26 estados e do Distrito Federal por meio da Lei de Acesso à Informação. Além desta análise, o estudo mostrou que houve ligeira queda de 3% no número de pessoas mortas por policiais no mesmo período, o que ainda manteve o patamar alto: de 5.829 casos para 5.660.
Entre os principais destaques do levantamento estão a manutenção do Amapá na liderança do ranking de mortes causadas pelas forças policiais (110), a taxa de 1 policial morto a cada mil no Piauí, o que representa a maior do país, a nulidade de registros de agentes assassinados no Acre, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Tocantins, além do fato de que a maioria dos policiais mortos estava de folga no momento dos crimes (140 dos 198 registros).