Uma técnica de enfermagem foi presa, no fim da tarde desta terça-feira, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, transportando restos de vacina contra a Covid-19 numa garrafa plástica com gelo. O imunizante estava dentro de uma seringa e equivalia a uma dose de CoronaVac.
Aos policiais do São Gonçalo Presente, a mulher contou que o material era sobra de várias doses de vacina e que a prática "é normal" e realizada em vários postos de saúde. A vacina, segundo ela, seria aplicada em seu marido.
A técnica foi autuada em flagrante por peculato e liberada após prestar depoimento. A mulher e a chefe dela, que teria autorizado que a vacina fosse levada, foram afastadas de suas funções, segundo a Prefeitura de São Gonçalo.
O município informou ainda que a Secretaria de Saúde abrirá uma sindicância para apurar a conduta das duas servidoras, que podem ser exoneradas. A prefeitura alertou ainda para o fato de que a aplicação irregular do imunizante pode apresentar risco, já que não é garantida a sua eficácia.
Os policiais decidiram abordar a técnica quando ela saía do PAM Neves, onde ela trabalha na vacinação, porque a mulher aparentava um nervosismo muito grande. Durante a revista, eles encontraram a vacina. A técnica, então, alegou que o imunizante seria descartado, por isso decidiu levá-lo para casa após ser autorizada por sua supervisora.
Prefeitura diz que há controle das doses
A Prefeitura de São Gonçalo afirmou, em nota, que realiza todos os precedimentos de controle das vacinas contra a Covid-19 que chegam ao município. Leia a íntegra do comunicado:
"A Prefeitura de São Gonçalo determinou o imediato afastamento das profissionais envolvidas no incidente até a elucidação dos fatos. A Secretaria de Saúde vai abrir sindicância para apurar a conduta das servidoras, a profissional flagrada e sua supervisora, que poderão ser exoneradas.
A Secretaria de Saúde esclarece que todos os procedimentos para controle das doses são adotados nos postos de vacinação, com numeração e contagem dos frascos no início e término dos trabalhos, para que não haja riscos de furtos.
A secretaria reforça que o procedimento irregular adotado pela profissional flagrada não é regra adotada nos postos. E que jamais orientou os profissionais a agirem de tal forma. A secretaria informa que o fato isolado não comprometeu o trabalho que vem sendo realizado pelos trabalhadores da saúde de São Gonçalo e nem impactou nas doses reservadas aos munícipes.
O município reforça que nenhuma dose de vacina foi subtraída do posto de vacinação e a ação da servidora ocorreu de forma isolada. Ela juntava restos de vacina sobressalentes de cada frasco de imunizante. Cada frasco possui uma pequena reserva de segurança, para garantir a quantidade correta a ser aplicada.
A secreretaria alerta também que a conduta da funcionária, que suprimiu as sobras de vacina, pode representar risco a quem receber a dose, pois não há eficácia comprovada da efetividade do imunizante após tal procedimento irregular".