Caso Henry: "Desculpe o papai por não ter protegido você mais”, diz Leniel Borel

Além da mensagem em homenagem ao filho, engenheiro criticou a ex por ter "apoiado um negócio desses", referindo-se aos episódios de agressões vividos pelo menino nas mãos de Jairinho

Foto: Reprodução
Pai do menino criticou a ex-esposa por não ter tomado nenhuma atitude em relação aos episódios de violência

Pai do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, Leniel Borel falou sobre as prisões da da ex-esposa, Monique Medeiros da Costa e Silva , e do namorado dela, o vereador do Rio Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), ocorridas nesta quinta-feira.Chorando muito, ele contou estar "perplexo" com o que aconteceu e acusou Monique de ter mentido: "como pode uma mãe apoiar um negócio desses? Meu filho falou (que estava sendo agredido) e ela disse que era mentira. Como ela apoiou isso?".

Em seu perfil no Instagram, ele horas antes de saber das prisões, ele fez uma publicação em que fala dos 30 dias passados após a morte do filho: “ Henry , 30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último final de semana juntos. Deixar você bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente”, diz um trecho da mensagem.

"Desculpe o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais”, diz a mensagem. Por fim, o pai do garoto de 4 anos colocou frase de um Salmo: “Confiamos que Deus fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia”.

Monique e Jairinho foram presos em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Após um mês de investigação, a polícia concluiu que o vereador agredia o enteado , e que a mãe da criança sabia disso — pelo menos desde o dia 12 de fevereiro. De acordo com as investigações, Jairinho dava bandas, chutes e pancadas na cabeça do menino. Ele, Monique e a babá do menino teriam mentido quando disseram que a relação da família era harmoniosa. Jairinho e Monique foram encontrados na casa de uma assessora do vereador .

O laudo de necropsia aponta que o menino teve hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente , e que o corpo da criança apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões. Peritos ouvidos pelo GLOBO afirmam que os ferimentos não são compatíveis com um acidente doméstico. Um alto executivo da área de saúde afirmou ter sido contactado por Jairinho para agilizar a liberação do corpo sem o encaminhamento para o Instituto Médico Legal (IML), no Centro da cidade.

Contra o  casal foram cumpridos mandados de prisão temporária por 30 dias, expedidos pela juíza Elizabeth Louro Machado, do II Tribunal do Júri da capital. A polícia monitorava a casa onde o casal estava desde a última segunda-feira. Nesta quinta-feira, os agentes descobriram que eles não dormiram na residência. Dr. Jairinho e Monique foram levados para a 16ª DP.

Ao longo das investigações, o delegado Henrique Damasceno ouviu outras 16 testemunhas no inquérit o, entre familiares, vizinhos e funcionários da família. Uma ex-namorada de Jairinho relatou que ela e a filha, de 3 anos à época, sofreram agressões do parlamentar. A ex-esposa, a dentista Ana Carolina, chegou a registrar ocorrência contra ele por lesão corporal , mas dias depois desistiu.