Procuradores da Lava-Jato Curitiba, Robalinho e Dallagnol
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Procuradores da Lava-Jato Curitiba, Robalinho e Dallagnol

José Robalinho Cavalcanti, ex-presidente da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), sugeriu que a  extinta Lava-Jato prendesse réus defendidos por advogados que não queriam assinar acordo de delação premiada. É o que mostram os diálogos enviados pela defesa do ex-presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (29).

Para os membros do Ministério Público Federal no Paraná, os advogados que não concordavam em colaborar com as delações eram taxados de "agressivos". Em diálogo ocorrido em 28 de junho, Robalinho sugere a prisão de Emílio Odebrecht ou de seus familiares para que o executivo contratasse uma defesa que topasse delatar.

"Se tiver um jeito de prender o velho Emilio ou algum familiar próximo de Marcelo odebrecht ele demite a advogada de combate na hora. Prioridade zero. A cada estocada dela um novo passo na investigação", diz Robalinho.

Em seguida, o procurador faz um paralelo entre a situação dos réus da Lava-Jato e o fechamento de bancos na Grécia como medida de controle de capital. À época, houve um plebiscito para saber se a população oncordava com uma proposta de socorro financeiro feita por credores internacionais.

"Uma semana de caos e muito medo podem virar o plebiscito de domingo que vem dar uma lição em todos os esquerdistas e desmoralizar de vez o governo grego. E assim salvar o euro a médio prazo. Mais ou menos o que temos de fazer com cliente que contrata advogado agressivo e que não quer acordo. Mostrar o custo. Rs", continua o procurador. 

A defesa de Lula diz que, para a operação, o advogado que não colaborassem deveria pagar o 'custo'". "Pode um membro do Ministério Público atuar para que advogados sejam destituídos da defesa de seus constituintes pelo mero exercício da profissão — por apontar ilícitos praticados pelo próprio Parquet? Os membros do Ministério Público podem atacar advogados de forma tão baixa para alcançar seus objetivos espúrios?", questiona.

Robalinho, protagonista do diálogo, diz não reconhecer a conversa. "Já disse para outros jornalistas que me lembrava remotamente de alguns diálogos, desse eu não me lembro, nem do contexto. Realmente, dessa vez eu não me recordo de nada disso aí."

*Com informações do Conjur

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