O laudo inicial do exame de necropsia feito em Pâmella Ferreira Andrade Martins, de 22 anos, que foi morta e teve o bebê arrancado da barriga, na última quarta-feira, em Macaé , no Rio de Janeiro , apontou que a causa da morte foi uma “hemorragia torácica por perfuração cardíaca por golpes sofridos no coração”.
O documento foi confeccionado por peritos do Instituto Médico Legal ( IML ) de Macaé. A arma utilizada no crime pode ter sido um canivete ou a faca encontrado na bolsa da suspeita. Já o bebê, segundo o laudo do IML, morreu por asfixia. Ambos foram enterrados na manhã desta sexta-feira, no município de Carapebus, também no Norte Fluminense.
Pâmella estava no oitavo mês de gestação. A criança chegou sem vida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Barra de Macaé. Segundo o exame de necropsia, o menino ficou vivo por alguns segundos e acabou morrendo por “broncoaspirar líquido amniótico”. A família o registrou com o nome Ícaro Andrade Martins Manhães.
O delegado Márcio Caldas Dias Mello, titular da 123ª DP (Macaé), que investiga o caso, disse que não recebeu o laudo — que deverá ser entregue em até 10 dias —, mas confirmou que a jovem morreu por hemorragia e a criança, por asfixia .
"Ainda não recebemos o laudo, mas temos a informação do perito que a criança chegou a respirar e depois morreu asfixiada. Já a mãe morreu por hemorragia provocada pelas facadas", informou o policial.
Priscilla Torquato da Silva, de 21 anos, suspeita de matar mãe e filho, foi transferida para Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, em Campos dos Goytacazes, na tarde de ontem desta quinta-feira, após passar por exames no IML de Macaé. Para o delegado, ela pode ter contado com a ajuda de um comparsa:
"Acredito que uma segunda pessoa participou desse crime. Por isso estamos apurando e aprofundando essa investigação".
Na manhã desta sexta (19), Nathália Ferreira Andrade Martins, de 20 anos, irmã de Pâmella, afirmou que um áudio circula na cidade, dizendo que Priscilla foi à casa da vítima acompanhada de uma amiga
"Tenho certeza que ela foi acompanhada por outra pessoa. Elas foram juntas para a casa da minha irmã e lá fizeram essa covardia. Tem uma mensagem que recebemos e que afirma isso. Queremos justiça".
A delegacia de Macaé investiga o áudio.
Amizade começou na internet
Segundo parentes de Pâmella, a jovem e Priscilla se conheceram pela internet há pouco tempo. Para os parentes da vítima — que tinha um outro filho de 3 anos — o assassinato foi planejado. A Polícia Civil também trabalha com essa possibilidade.
Durante alguns minutos, a família de Pâmella e a suspeita de praticar o crime ficaram juntas no mesmo hospital.
O crime
Na tarde da última quarta-feira, a Polícia Militar foi chamada para verificar a morte de uma mulher dentro de sua casa, na comunidade Nova Holanda, em Macaé. Na residência, encontraram o corpo de Pâmella no banheiro.
Pouco depois, a equipe da UPA da Barra de Macaé também acionou os militares para informar sobre a morte do bebê de Pâmella. Eles disseram que a suspeita havia dado entrada na unidade de saúde afirmando que passado por um parto em casa, mas verificou que o bebê estava morto e foi buscar ajuda.
Levada para o Hospital Público Municipal de Macaé (HPM), a suspeita fez exames para constatar a suposta gravidez. Os relatórios deram negativo. Segundo a equipe médica, a mulher não esteve grávida nos últimos três meses. Militares do Serviço Reservado da PM foram até o HPM e prenderam Priscilla e a levaram para a 123ª DP.
Foram versões diferentes que levaram à prisão da mulher.