A Polícia Civil de Campo Belo (MG) analisa áudios repassados pelas redes sociais de uma técnica de enfermagem investigada por racismo. Um inquérito foi aberto para investigar o caso, mesmo sem denúncia das vítimas.
O áudio compartilhado nas redes sociais mostra a mulher dizendo: "odeio preto e tenho nojo" e “Deus me livre desse bicho, desse urubu”.
A própria suspeita teria acionado a polícia após algumas pessoas terem aglomerado em frente a porta e sua casa proferindo xingamentos e jogando pedras no imóvel.
"A mulher foi conduzida até a delegacia de Polícia Civil até para preservar a integridade dela, que corria o risco até de ser linchada”, disse delegado, Alessandro Gambogi.
Segundo o delegado que abriu o inquérito para investigar o caso, a suspeita foi ouvida e pediu desculpa "aos que se sentiram ofendidos"
“O que tudo indica é que os áudios teriam sido emitidos para uma terceira pessoa, que teria tornado público. O inquérito policial foi aberto para apuração do caso, dos áudios, que foram encaminhados para a perícia. Apesar da suspeita ter confessado a autoria dos áudios, temos que finalizar a perícia e descobrir a circunstância de que foram emitidos. Por isso, também é necessário identificar esse interlocutor”, afirma.
O Estado de Minas procurou a técnica de enfermagem, que disse que faz tratamento psiquiátrico. “Faço tratamentos psiquiátricos. No dia do acontecido um tal de Lucas entrou no meu perfil me instigando a falar da raça negra. Como estava irritada falei e ele jogou em todas as redes”, justificou.