'A polícia mais uma vez falhou', lamenta pai de frentista morto com tiro no Rio
Reprodução/TV Globo
'A polícia mais uma vez falhou', lamenta pai de frentista morto com tiro no Rio

A família de Arilson Santiago Pinto, de 21 anos,  frentista morto após ter sido baleado quando ia de carro ao trabalho, na manhã deste domingo, no bairro do Tribobó, em São Gonçalo, foi ao Instituto Médico-Legal (IML) do Rio na manhã desta segunda-feira tratar da liberação do corpo do rapaz. Ainda muito emocionado com a tragédia, o pai, Aristides Pinto, reforçou a versão de parentes e moradores de que os tiros foram disparados por policiais militares que estariam na área.

"Eu não gosto nem de falar isso, mas... a polícia mais uma vez falhou, falhou com meu filho. Foi com meu filho", disse, muito abalado.

Ele conta que o sonho do filho, que era ter sido goleiro profissional, acabou não acontecendo, mas que ele vinha num momento especial da vida, com seu primeiro emprego e sua primeira filha prestes a chegar.

"Meu filho era um cara bom, ele era goleiro, tinha o sonho de ser jogador, mas como a idade estourou nós não conseguimos. Mas ele estava no primeiro trabalho dele, a primeira filhinha está para nascer, eles estavam preparando a casinha deles também lá. Mas não deu. Os policiais, infelizmente... não teve troca de tiros. Todas as imagens que conseguimos resgatar mostram que não teve troca de tiros, só o policial atirou e matou o meu filho", afirmou Aristides.

Polícia Civil recolhe imagens de câmeras de segurança e ouvirá PMs

O EXTRA questionou a Polícia Militar sobre as acusações feitas por parentes e moradores, e também, se de fato havia a presença de policiais na comunidade Palha Seca, em Tribobó, no momento em que Arilson foi baleado e morto. A PM não respondeu se estava com homens no local, nem se houve operação ou confronto com traficantes.

Em nota, a corporação disse que equipes do 7° BPM (São Gonçalo) foram acionadas para checar a entrada de um homem no Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, atingido por disparos de arma da fogo. Chegando ao local, os policiais constataram que a vítima, que teria vindo do bairro de Tribobó, não resistiu aos ferimentos. Ainda segundo a PM, até o momento, não há informações sobre a autoria do crime, e as circunstâncias do fato estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI).

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A DHNSGI, por sua vez, já recolheu imagens de câmeras de segurança da região e intimou a guarnição da Polícia Militar envolvida na ocorrência para que os policiais se apresentem na Especializada com as armas usadas na ação. Agora, a Polícia Civil vai apurar os fatos para saber de onde partiu o disparo.

Durante a tarde deste domingo, a plataforma Onde Tem Tiroteio, que registra onde há tiroteios pelo estado, com a colaboração de moradores, publicou que houve relato de tiros em Tribobó, na altura da comunidade da Palha Seca, por volta das 17h. Pouco depois, moradores começaram uma manifestação por conta da morte do jovem. Moradores colocaram fogo em objetos e chegaram a fechar a RJ-106.

O caso

De acordo com a família, Arilson foi atingido por volta das 5h da manhã quando ia de carro ao posto de gasolina onde trabalhava, ao lado de um gerente do estabelecimento e de um outro amigo de trabalho. Eles contam que o socorro a Arilson foi feito por amigos do jovem.

"Eles (PMs) perceberam uma movimentação suspeita de uma moto com 2 elementos, quando os policiais efetuaram os 5 disparos", contou neste domingo um parente que não quis se identificar. "Mesmo sendo levado ao hospital por amigos, ele veio a falecer, deixando esposa, uma filha que está pra nascer e a família".

Um vídeo registrado por câmera de segurança do momento em que os disparos foram efetuados contra o veículo onde Arilson estava, na altura da Rua Dalva Raposo, também foi publicado nas redes sociais. Nele, é possível observar homens com farda semelhante à da Polícia Militar. A corporação também não se manifestou sobre isso.

"Eles (PMs) perceberam uma movimentação suspeita de uma moto com 2 elementos, quando os policiais efetuaram os 5 disparos", contou o parente. "Mesmo sendo levado ao hospital por amigos, ele veio a falecer, deixando esposa, uma filha que está pra nascer e a família".

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