No Rio de Janeiro , na Zona Norte da cidade, a família do adolescentes Ray Pinto Faria, de 14 anos, acusa a Polícia Militar (PM), pela morte de seu filho. De acordo com os relatos de parentes, o jovem se encontrava na porta de sua casa, mexendo em seu celular quando foi abordado e levado pelos policiais que executavam uma operação no Campinho, também na Zona Norte da cidade. As informações foram apuradas pelo G1.
Os familiares relataram que ficaram horam sem saber a localização do filho e contam que só foram informados quando ele já se encontrava sem vida no Hospital Salgado Filho. "Na UPA de Campinho, um maqueiro que nos informou que três pessoas feridas de um confronto policial deram entrada no Salgado Filho. Quando eu fui reconhecer o corpo, vi que ele estava com dois tiros, um no abdômen e outro na coxa", declarou um primo de Ray.
"Por volta das 5h40 da manhã, ele estava jogando na porta de casa no telefone dele. Não tinha nada demais. O Ray não estava armado, não tinha rádio, não tava nada. Ele estava apenas sentado pegando o wi-fi", conta primo que chegou a questionar as autoridades presentes que negaram ter apreendido alguém com as características de Ray.
A morte do jovem, que era conhecido por trabalhar levando compras de supermercado, causou revolta na vizinhança composta por amigos e familiares que se manifestaram na Avenida Ernani Cardoso. Durante o ato, um ônibus foi danificado e um motorista foi agredido. As autoridades depois chegaram ao local e prenderam alguns protestantes que foram encaminhados para a 29ª DP. Novamente, no final do dia, outro coletivo foi danificado e não houve registros de feridos.
Moradores da região culparam os policiais de terem removido câmeras de segurança de um comércio e que teriam gravado a aproximação dos manifestantes. Em resposta, a assessoria de imprensa da PM afirmou que no momento, estava ocorrendo uma operação policial nas localidades e um confronto na comunidade do Urubu. Dois indivíduos foram avistados e encaminhados para o Hospital Municipal Salgado Filho, onde vieram a óbito.
O mesmo aconteceu na comunidade do Fubá, no Campinho. A comunidade teve equipes do Batalhão de Polícia de Choque que entraram em confronto usando armas de fogo e depois, um ferido foi localizado e também faleceu no Hospital Salgado Filho. Porém, as autoridades não mencionaram se o ferido em questão seria Ray Pinto Faria
e também não se pronunciou sobre a suposta retirada das câmeras de segurança.