A franquia da loja de chocolates Kopenhagen que pertencia a Flávio Bolsonaro foi vendida para um grupo de empresários. Localizada em um shopping da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, o negócio, que operava desde 2015, é peça central na investigação sobre lavagem de dinheiro do caso das "rachadinhas" no gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo o Ministério Público (MP) do Rio, a loja recebeu ccccccc, o que configura um indício de eventuais "recursos ilícitos inseridos artificialmente no patrimônio da empresa".
A suspeita é que os valores sejam originários da devolução dos salários de funcionários de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A investigação foi desmembrada para apurar fatos relativos ao estabelecimento e segue em curso na promotoria.
Em nota, pela a administração do Via Parque Shopping confirmou a venda do estabelecimento. "A loja da Kopenhagen, situada no primeiro piso do shopping, está atualmente sob a gestão da própria marca, pertencente ao Grupo CRM. A empresa Bolsotini não é mais responsável pela gestão da loja", diz o comunicado.
O Grupo CRM, ao qual o texto se refere, é dono das marcas Kopenhagen, Brasil Cacau e Kop Koffee. A primeira delas, que havia sido franqueada por Flávio, está no Brasil há 90 anos.
No ano passado, o empresário que vendeu a loja a Flávio, Cristiano Corrêa Souza, disse ao MP que a gestão do filho do presidente Jair Bolsonaro fraudava notas fiscais e vendia produtos por preços inferiores aos registrados oficialmente.
Dono de uma loja Kopenhagen em outro shopping, o empresário chegou a denunciar o caso à matriz da marca e relatou aos promotores ter sido ameaçado por Santini em seguida.
Procurada, a defesa de Flávio Bolsonaro não se manifestou sobre a mudança no comando da loja Kopenhagen no Shopping Via Parque.