Secretário-geral da ONU
Carlo Allegri/Reuters
Secretário-geral da ONU

Antonio Guterres, secretário-geral da ONU , fez um apelo para que as empresas farmacêuticas com a licença de produzir as vacinas contra a covid-19 concedam uma permissão para que Brasil e Índia possam produzir doses dos imunizantes do novo coronavírus . As informações foram apuradas pelo Jamil Chade, colunista da Uol. 

Durante o Fórum Econômico Mundial, que acontece esse ano de maneira virtual, Guterres reiterou que é de extrema importância que as vacinas não fiquem apenas pelos países ricos. Porém ressalta que, enquanto a produção das doses ficar restrita somente nesses locais, a fabricação e distribuição não acontecem de forma igualitária.  

Para que isso não ocorra, certos acordos e patentes deveriam ser quebrados para que outros países com capacidade e estruturas para elaborar o imunizante recebem a liberação necessária para sua produção. Segundo o chefe da diplomacia da ONU, Brasil e Índia tem uma “enorme capacidade” de produção. 

Nesta segunda (25), fabricantes da vacina registraram suas patentes, mostrando que não estão dispostos a ceder tão facilmente em liberar a produção em larga escala. Tal atitude, dificulta que outros laboratórios possam produzir genéricos da vacina .  

"Precisamos de vacinas para todos. Em um tempo recorde, a ciência produziu vacinas. Mas o desafio é fazer uma maior distribuição. Essa será a forma mais rápida para reabrir a economia mundial. Mas essas vacinas chegam rapidamente aos países ricos, e nada aos pobres. Se eles (países ricos) acham que vão estar seguros, estão enganados", disse o chefe da ONU. 

Guterres ainda declara sobre a importância de o mundo produzir e distribuir os imunizantes o quanto antes, para que mutações do vírus não sejam uma nova realidade a ser enfrentada pela população mundial. "Há um risco real de mutação. Precisamos agir rapidamente", disse. 

O Brasil sempre se destacou como um dos líderes a buscar novas formas de garantir que a população mundial receba medicamentos. Quando foi preciso, o país quebrou patentes e faz acordos com empresas farmacêuticas mundiais para conseguir uma maior produção. Uma postura contrária mostrada no enfrentamento a pandemia da covid-19. 

Na OMC, o Brasil fez parte de um grupo que foi contra a uma proposta da Índia em suspender todas as patentes de vacinas até o final da pandemia. Assim, ajudaria países que apresentam a estrutura necessária de ajudar na fabricação das vacinas. Entre os emergentes, apenas o Brasil foram contra o plano. 

Com a chegada de doses da vacina vindas da Índia, no final da semana passada, o governo de Nova Déli declarou que foi justamente o veto do plano de ação proposto pelo país que impediu a produção em larga escala do imunizante. 

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