Enem: nas redes sociais, alunos pedem adiamento do exame por conta da Covid-19
A hashtag #adiaenem já está entre as mais comentadas no Twitter. Estudantes temem contaminação
Organizações de alunos, como a União Nacional de Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), pedem o adiamento do Enem. Eles organizaram, para esta segunda-feira, uma manifestação nas redes sociais defendendo a mudança da data com o uso da #adiaenem, que está entre as mais comentadas no Twitter.
Faltam apenas 13 dias para o primeiro dia do exame. Ele realizado nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021, na versão impressa, e em 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021, na versão digital. Ao todo, mais de 5,7 milhões de inscrições foram confirmadas nesta edição, segundo o Inep.
— Há uma segunda onda de contaminação e não existe um plano confiável de segurança sanitária para a hora da prova. Esse adiamento tem que vir junto com uma comissão de dialogo formada por profissionais de saúde, educação e alunos para pensar uma saída para prova. As escolas não têm estrutura para realizar prova durante cinco horas — diz Rozana Barroso, presidente da Ubes. — Quero que a prova aconteça. Mas precisa haver segurança.
Presidente da Une, Iago Montalvão afirma que há, entre os candidatos, um clima generalizado de incertezas.
— Alguns estados estão apresentando, nesse momento, novas restrições por causa do crescimento de casos. São Paulo, por exemplo, está na bandeira vermelha. Como vai ser isso? Terá alguma influência na prova? Nada está clado. As medidas de segurança apresentadas pelo Inep foram formuladas num momento de diminuição de casos e agora os números só sobem — afirma.
Nas redes sociais, alunos que farão a prova questionam o crescimento de casos e lembram que, no fim do ano, as festas de reveillon geraram diversas imagens de eventos lotados, sem distanciamento social e uso de máscaras.
O Globo procurou o Inep e aguarda posição do órgão que organiza o exame. Em entrevista no fim de dezembro, o presidente do instituto, Alexandre Lopes afirmou que o Ministério da Educação gastou R$ 65 milhões em equipamentos de proteção individual (EPI) e que as salas terão apenas a metade da sua capacidade preenchidas. Ainda segundo ele, os candidatos precisarão usar máscaras, mas podem tirar para comer e beber água dentro da sala.