O Ministério da Saúde afirmou nesta terça-feira, 29, que o governo federal só vai comprar vacinas contra a Covid-19 depois que os laboratórios conseguirem o registro, seja emergencial ou definitivo, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A declaração foi feita pelo secretário-executivo da pasta, Élcio Franco. No entanto, antes de garantir as doses dos imunizantes, faltam as seringas: o governo só comprou até agora 2,4% do material necessário.
Enquanto isso, pelo mundo, 5,2 milhões de pessoas de mais de 40 países já foram vacinadas contra o coronavírus .
Entre segunda e terça-feira, o Brasil registrou 1.075 mortes pela Covid-19, o maior número em 24 horas desde 15 de setembro . Desde o início da pandemia, 192.716 pessoas morreram vítimas da doença no país. No total, já são 7.564.209 casos.
Licitação fracassou
A licitação realizada pelo Ministério de Saúde para comprar seringas e agulhas para a realização da vacinação contra a Covid-19 fracassou, e a pasta só conseguiu garantir 7,9 milhões de unidades, enquanto buscava adquirir 331,2 milhões. O pregão eletrônico foi concluído nesta terça-feira, 29, e houve vencedor em apenas um dos quatro itens da concorrência. Mesmo assim, o fornecedor se comprometeu apenas com uma entrega parcial dos itens.
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A dificuldade de conseguir seringas e agulhas pode complicar o plano de começar a vacinação entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro — no caso de a Anvisa dar o aval. Geralmente, as compras são realizadas por estados e municípios, mas na pandemia o governo federal tem feito processos de compra unificados na busca de garantir melhor preço e a entrega dos materiais.
Anvisa e FDA com as mesmas exigências
No encontro com jornalistas, na noite desta terça-feira, 29, Franco falou que ficou surpreso com as declarações da Pfizer sobre o protocolo da agência reguladora brasileira . Na segunda-feira, 28, o laboratório disse que o Brasil exige “análises específicas”, que deixam o processo mais lento. Nesta terça, o secretário afirmou que a Anvisa segue as mesmas exigências da FDA (Food and Drug Administration), a agência reguladora dos Estados Unidos.
"Nós não nos opomos a qualquer diálogo com a Pfizer . Não temos criado nenhuma dificuldade, apenas primamos pela segurança que solicitem o registro para autorização de uso emergencial. Essa é a condição para a gente poder adquirir (a vacina) porque teremos o aval da Anvisa. Se falta algum dado para ela conseguir autorização junto à Anvisa, ela não nos solicitou", disse o secretário.
De acordo com as negociações com o governo, a Pfizer entregaria 2 milhões de vacinas no primeiro semestre de 2021. Um dos maiores problemas seria a logística, já que o imunizante precisa de refrigeração de 70 graus negativos.
Franco também destacou que, se for pedida a aplicação emergencial, serão priorizados grupos específicos, e não a vacinação em massa. Se houver o aval da Anvisa , a imunização poderia começar entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro, segundo Franco. No entanto, o país ainda não garantiu as seringas necessárias.