O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS), da base do governo de Jair Bolsonaro, chamou as parlamentes Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Érika Kokay (PT-DF) de histéricas e as classificou como "deputéricas".
"Deputadas histéricas, vou criar um neologismo: 'Deputérica'. Quando eu falar "Deputérica", estarei me dirigindo a uma Deputada histérica, que não tem posicionamento, que não tem bom senso e que não se enquadra dentro do decoro parlamentar", disse, durante a votação da medida provisória da Casa Verde e Amarela .
A fala culminou em críticas por parte da bancada feminina da Casa, e o caso foi levado ao Conselho de Ética da Câmara.
A líder do PSOL, Sâmia Bomfim (SP) , rebateu a fala. "Um deputado da base do governo foi à tribuna para chamar as mulheres deputadas de histéricas e as ofendeu, nos ofendeu, desqualificou completamente o nosso papel no debate político, na intervenção parlamentar e ainda criou um apelido ridículo, indecoroso, machista e inadmissível", disse.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) respondeu que pessoas histéricas possuem distúrbios emocionais ou psíquicos. "Parece-me que é o deputado quem precisa de tratamento, porque isso se chama misoginia, aversão às mulheres. Isso é uma forma de agressão, de falta de decoro. Isso merece, de fato, uma análise do Conselho de Ética ."
O caso repercutiu também no twitter. A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) twittou críticas a Bibo Nunes. "É inadmissível que um parlamentar, em plena sessão, chame deputadas da oposição de "histéricas" e "deputéricas". A discordância e o debate são da democracia. Via Secretaria da Mulher, denunciaremos a fala e postura machista de @bibonunes1 à Corregedoria e Comissão de Ética", disse.