Giovane Gaspar, policial militar temporário envolvido na morte de João Alberto, homem negro de 40 anos, no Carrefour em Porto Alegre , disse hoje (27) em depoimento que pretendia apenas imobilizar a vítima e negou crime de racismo.
"Aduziu que não era o interesse dele de causar a morte, a intenção era imobilizar vítima", disse a delegada Roberta Bertoldo, responsável pela investigação, em entrevista coletiva. "Mas ele assumiu que desferiu socos e chutes no sentido de conter a situação", complementou a delegada.
De acordo com o depoimento do PM, João Alberto, ou beto, como era conhecido, ficou agressivo após desferir um soco nele e "estava bastante alterado".
"Ele avistou a vítima com feição braba, nas palavras dele, bateu no ombro dele (de Beto) e perguntou se estava tudo bem. (Beto) disse que estava tudo bem e deu as costas", contou a delegada. Como o PM temporário não sabia o que aconteceu antes, decidiu acompanhá-lo.
A diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Vanessa Pitrez, ressaltou que ainda trabalha na apuração da motivação do crime, embora não haja dúvidas que houve intenção de matar.
"Não há dúvidas que houve um homicídio doloso", afirmou Pitrez.