Acusado de ter estuprado uma paciente , o terapeuta Tadashi Kadomoto , conhecido como “ guru da meditação na pandemia ”, divulgou um vídeo em suas redes sociais em que nega as acusações. Ele afirmou ainda não ter sido procurado por autoridades para dar esclarecimentos e anunciou ter se afastado de suas atividades. A postagem foi feita na madrugada desta segunda-feira (12), após a Justiça aceitar a denúncia contra ele e torná-lo réu.
O terapeuta é acusado de e stupro por uma ex-aluna , que procurou o Ministério Público no fim do ano passado para fazer a denúncia. Além dela, a equipe da GloboNews foi procurada por outras mulheres que também se dizem vítimas dele. Kadomoto virou o “guru da meditação na pandemia” porque suas lives atraíam milhares de seguidores com mensagens de autoconhecimento. Ele também atua há quase 30 anos fazendo terapia transpessoal, que usa hipnose, meditação, regressão e relaxamento
“Fiquei sabendo por uma jornalista que sou réu, acusado de atos muito graves e que eu não cometi. Primeiro fiquei muito assustado, sem entender o que estava acontecendo, porque não fui procurado pela Justiça. Depois, fiquei muito abalado com a reportagem. Quem me conhece e convive comigo sabe da minha conduta e do respeito que eu tenho pelo cuidado com as pessoas. Tenho falhas, cometo erros como todo ser humano, mas jamais cometi atos criminosos. Tenho fé que tudo será esclarecido e até lá vou me afastar das minhas atividades.Ao longo da história já vimos muitas reputações e famílias destruídas por acusações que depois se mostraram injustas, por isso, estou à disposição das autoridades para os esclarecimentos necessários”, disse Kadomoto no vídeo.
Antes de ele próprio se manifestar publicamente em vídeo, a defesa de Kadomoto havia divulgado nota afirmando que o terapeuta “em toda a sua reconhecida trajetória profissional, jamais recebeu solicitação de esclarecimento sobre qualquer fato e nenhuma denúncia formal até o momento”.
Segundo reportagem da Globonews, uma ex-aluna e também paciente de Kadomoto procurou o Ministério Público (MP) no fim de 2019 para fazer a denúncia contra ele. Ela contou que foi estagiária no instituto que leva o nome do terapeuta e que buscou atendimento em uma clínica do guru para tratar distúrbios alimentares.
A mulher afirmou que foi vítima de vários abusos sexuais durante sete anos de tratamento e treinamento. Depois de ouvir testemunhas e coletar provas, o MP denunciou o terapeuta, que responderá na Justiça por cinco estupros. Tadashi Kadomoto também é acusado de lesão corporal grave pelos danos psiquiátricos causados à ex-aluna.
De acordo com a Globonews, a promotora responsável pelo caso, Celeste Leite dos Santos, afirmou que o terapeuta se aproveitou do momento vulnerável da vítima: “Foi de uma forma progressiva... Começou com um toque, depois troca de e-mails, até que ele consumou, quando ela não tinha a menor capacidade de assumir resistência, o ato sexual , não respeitando sequer o fato de que a vítima estava grávida. Ele tinha ciência que ela tinha distúrbios alimentares. E em vez de ser fonte de tratamento, ele foi agravando todos esses problemas para poder atingir o seu objetivo, que era o mesmo desde o princípio: obter conjunção carnal com a vítima”.