Ex-vereador de Caxias roubou milhões em gasolia
Divulgação Disque denúncia
Ex-vereador de Caxias roubou milhões em gasolia


Mesmo com três mandados de prisão preventiva expedidos em seu nome, pelo Tribunal de Justiça do Rio, o empresário e ex- vereador de Caxias Denílson Silva Pessanha, o Maninho do Posto, comemorou em liberdade, na última segunda-feira, seu aniversário de 48 anos. Com 12 anotações criminais , que incluem delitos como tortura e posse ilegal de arma de fogo, ele é apontado por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Rio (MPRJ), como suspeito de  chefiar de uma quadrilha interestadual que perfurou oleodutos e furtou mais de 14 milhões de litros de combustível da Petrobras em dois anos.


O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 5 mil por informações que levem à prisão de Maninho. Segundo o MPRJ, o prejuízo sofrido pela Petrobras com ação dos criminosos, entre junho de 2015 e março de 2017, é estimado em R$ 33,4 milhões . As investigações revelam que a quadrilha , com núcleos em Duque de Caxias, Minas Gerais e em São Paulo chefiados pelo ex-vereador, sabia exatamente o que queria furtar. No Rio, o bando mirava locais que seriam escavados para perfuração dos oleodutos, quase sempre em pontos distantes das rodovias.

Durante a escavação, feita em período noturno ou de madrugada, o grupo usaca a escolta de homens armados, para evitar a aproximação de curiosos. Para romper os dutos, segundo denúncia do MPRJ, Maninho contratava uma espécie de mão de obra especializada. Esta parte do bando era encarregada de fazer a perfuração e de instalar válvulas nas tubulações, que, com auxílio de mangueiras, levavam gasolina, etanol, nafta e até óleo cru (petróleo) para caminhões-tanque.

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Os núcleos de São Paulo e Minas seriam encarregados de contratar motoristas para levar os produtos roubados para esses dois estados.

Segundo inquérito da Delegacia de Defesa de Serviços Delegados, a ação dos bandidos ocorreu em tubulaçõesque cortam a Baixada, principalmente em Caxias e Magé. Em alguns casos, o bando chegava a transportar 40 mil litros furtados em uma só viagem. Um motorista que foi preso em flagrante revelou que iria receber R$ 8 mil pelo serviço.

"Estamos realizando buscas para tentar esta prisão. Bandos assim contam com uma rede de receptadores, que também já é investigada. A compra é por um preço abaixo do valor de mercado", disse o delegado André Leiras, titular da especializada.

De acordo com Marcos Galvão, coordenador do Programa Petrobras Integrado de Proteção de Dutos, a empresa tem prejuízo anual de R$ 150 milhões com a trepanação de dutos (perfurações feitas por bandidos). No Rio, foram registradas, de janeiro até agora, sete tentativas de extração de produtos, por diferentes quadrilhas.

Para tentar diminuir a incidência deste crime , a empresa conta com um sistema de controle logístico, equipado com sensores. Eles são capazes de detectar, em tempo real, qualquer mudança de pressão nos dutos, causada por tentativa de extração. A intenção é evitar acidentes como o que ocorreu em abril de 2019, quando bandidos tentaram perfurar um duto em Xerém e provocaram um vazamento com esguicho de gasolina. O combustível que provoca queimaduras ao entrar em contato com a pele causou a morte de uma menina de 9 anos e feriu quatro pessoas.

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