PF investiga fraudes em certificados de fiscais e gestores do Ibama

As fraudes beneficiaram proprietários rurais e empresários do ramo de exploração florestal e agropecuária

Sede do Ibama em Brasília
Foto: Futura Press
Sede do Ibama em Brasília

Desde as primeiras horas desta terça-feira (15), a Polícia Federal, por meio da Operação Tokens , apura ações de estelionatários com o uso de dados de servidores do Ibama. O grupo realizava alterações indevidas nos sistemas do órgão ambiental federal, fraudando certificados digitais (tokens).

Segundo a PF, a operação tem por objetivo reunir mais provas e dados acerca das fraudes , inclusive identificação de intermediários entre os falsários e beneficiários, com auxílio de servidores públicos.

Prejuízos

As fraudes beneficiaram proprietários rurais e empresários do ramo de exploração florestal e agropecuária com áreas embargadas nos estados do Pará e Mato Grosso. Foram constatados 122 desembargos irregulares em nome 54 pessoas físicas ou jurídicas.

A estimativa é que o prejuízo para a União seja de R$150 milhões, em multas não recolhidas e descumprimento de embargos em áreas ambientais sensíveis da Amazônia Legal.

Investigação

O Inquérito Policial foi instaurado a partir da identificação, pelo Ibama , de fraudes ocorridas contra diversos de seus superintendentes, agentes e fiscais, com o uso de Tokens expedidos indevidamente por terceiros falsificadores.

Houve colaboração de informações de inteligência entre o Ibama e PF para levantamento dos fraudadores, beneficiários e suposto envolvimento de outros intermediários e servidores públicos.

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Inicialmente, os policiais federais identificaram uma quadrilha já investigada pela PF no estado de Goiás, com conexão com diversas irregularidades ocorridas em todo o Brasil.

Os principais beneficiados são propriedades rurais localizadas nos estados do Pará e do Mato Grosso. Essas fazendas têm como sócios pessoas físicas e jurídicas de diversos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Apreensões

Foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão  em empresas e residências de pessoas que foram beneficiadas com as fraudes, além de cinco prisões de falsificadores e estelionatários membros da associação criminosa.

As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal do Distrito Federal e cumpridas em 29 cidades de nove estados (Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal).

Crimes

Os fatos investigados podem configurar diversos crimes contra o meio ambiente, além de crimes de estelionato e uso de documento falso.

Outro crime é o de alteração de sistemas de dados, descumprimento de ordens de embargos e de possível prevaricação e corrupção , que implicam em penas que variam de reclusão de dois a 12 anos e multa.