Coronavírus: no Rio, voluntários de ONG cavaram 100 covas rasas simbolizando as mortes no país
Brenno Carvalho / Agência O Globo
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A imunidade adquirida contra o Sars-CoV-2 tem vida realmente curta, sugere um dos mais alentados estudos já realizados sobre o tema. A pesquisa analisou coronavírus similares ao Sars-CoV-2 e tem implicações para vacinas e a chamada imunidade de rebanho . Os cientistas descobriram que a reinfecção por um mesmo coronavírus de resfriado — os chamados coronavírus sazonais — é comum menos de um ano após a infecção original.

Publicado na Nature Medicine , nesta segunda-feira (14), o estudo é da Universidade de Amsterdam, na Holanda, e analisou dados de dez pessoas acompanhadas por 35 anos. É de autoria de um dos grupos do mundo com maior experiência em pesquisas com os vírus da família do coronavírus. O tamanho da duração da imunidade adquirida é uma questão crucial para avaliar o risco de novas ondas da pandemia .

O tamanho da duração da imunidade adquirida é uma questão crucial para avaliar o risco de novas ondas da pandemia. A descoberta reforça que as vacinas precisam ser capazes de proporcionar uma memória de defesa prolongada do sistema imune .

O estudo também mostra que a imunidade coletiva - quando o número de pessoas imunes a uma infecção chega a um nível que freia sua disseminação - para os coronavírus é, de forma geral, breve e incontrolável, inviável como política pública.

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Os quatro coronavírus causadores de resfriado comum são conhecidos por siglas: NL63, 229E, OC43 e HKU1. Como causam doença leve e corriqueira, não chamam a atenção. Mas a reinfecção é esperada e frequente, informa o estudo, que analisou dados de dez pessoas acompanhadas por 35 anos.

À frente do estudo hoalndês, a virologista Lia van der Hoek disse estar convencida de que as características da resposta defesa são representativas para todos os tipos de coronavírus, incluindo o Sars-CoV-2.

A descoberta só foi possível porque o grupo de Van der Hoek faz um acompanhamento de longo prazo dos coronavírus sazonais. Eles analisaram 513 amostras de soro coletadas em intervalos regulares desde 1980. As amostras foram tiradas de dez homens e o objetivo inicial era estudar os coronavírus de resfriado.

Os pesquisadores mediram elevações na concentração de anticorpos específicos contra a proteína do nucleocapsídeo. Essa proteína é comum a todos os coronavírus e muito abundante. O aumento dos anticorpos é um indicador de nova infecção. Eles descobriram ainda que as reinfecções costumam ocorrer um ano após a infecção inicial.

Mais pesquisas são necessárias. Porém, está claro que a breve duração da imunidade precisa ser levada em conta em todas as estratégias contra a pandemia, destacaram os cientistas.

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