O Conselho Nacional do Ministério Público vai julgar nesta terça-feira (8), dois processos disciplinares contra o procurador Deltan Dallagnol, que, na última semana, anunciou sua saída da Lava Jato em Curitiba.
As ações haviam sido travadas em agosto pelo ministro do STF, Celso de Mello, mas foram liberadas na sexta (4) pelo outro ministro da corte, Gilmar Mendes. Ao revogar a liminar, Gilmar Mendes apontou ao risco de prescrição envolvendo os dois processos contra Deltan.
"O não julgamento de um réu eventualmente culpado configura situação mais grave do que o julgamento e a absolvição de um réu eventualmente inocente", escreveu Gilmar.
Nos bastidores, conselheiros crêem que Deltan deve sofrer censura, que é uma punição que, na prática, dificulta a promoção do procurador ou benefícios de carreira dentro da Procuradoria.
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Acusações
As ações contra o ex-coordenador da Lava Jato são por publicações feitas nas redes sociais e supostas atitudes de promoção pessoal. Além disso, o processo aberto pelo senador Renan Calheiros acusa Deltan de supostamente influenciar as eleições para a presidência do Senado em 2019.
Deltan chegou a recorrer ao Supremo para barrar as investigações. A defesa do procurador alegou que ele teve o seu direito à ampla defesa violado e estaria sendo julgado duas vezes pelo mesmo caso.
O pedido inicialmente foi aceito por Celso de Mello. Em recurso, a AGU alertou sobre o risco dos processos contra Deltan prescreverem sem que fossem julgados.