Tio de menina do ES diz que estupro era "consensual" e se entregou por medo
Polícia encontrou homem em casa de familiares na cidade de Betim, na Grande Belo Horizonte. Homem de 33 anos foi preso na madrugada desta terça
Por iG Último Segundo |
Preso na madrugada desta terça-feira (18) na cidade de Betim, na Grande Belo Horizonte, após dez dias foragido, o tio da menina de 10 anos que engravidou após ser violentada por ele afirmou que os dois tinham um relacionamento e que os estupros eram consensuais. Segundo a lei, não há possibilidade de que relação consensual ocorra antes dos 14 anos de idade.
“A menina tem apenas 10 anos de idade, ele diz que tinha um relacionamento com ela, mas isso não justifica, porque ela é menor e não tem nenhuma capacidade de discernimento, de entender o que está acontecendo", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda. O homem revelou de forma extra-oficial que cometia os abusos desde 2019.
O relato da criança à polícia contradiz a fala do homem. Segundo a menina, ela sofria os abusos desde os seis anos de idade e era ameaçada pelo homem para não contar a ninguém.
A polícia afirmou, ainda, que mobilizou equipes no interior da Bahia após uma denúncia, mas prendeu o homem na cidade de Betim, em Minas Gerais. Ele estaria sendo acobertado por familiares e decidiu se entregar porque temia pela própria vida.
“As equipes inicialmente foram para a Bahia, onde fizeram diligências e ele já não estava. A partir de então, a informação é de que ele foi para a região de Belo Horizonte. Após o monitoramento, nós identificamos onde possivelmente ele estaria”, afirmou o delegado Icaro Ruginski, responsável pela investigação. O delegado explicou que o contato foi feito com o suspeito e ele não resistiu à prisão.
“Verificou-se que ele já não tinha mais possibilidade de fuga e ele já temia pela própria integridade física. Ele tinha medo de morrer então ele resolveu se entregar à ação policial e nós efetivamos a prisão dele”, explicou Ruginski. Apesar de acobertar o suspeito, os familiares não devem sofrer sanções penais.