A Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) investiu um valor muito abaixo do definido por lei para o ano de 2020. Até julho foram investidos R$ 74,4 milhões para o fomento de estudos científicos, no entanto a previsão é de que o investimento seja R$ 46,7 bilhões neste ano com base na lei orçamentária anual, que obriga destinação de 1% da receita.
Os pesquisadores defendem que o investimento em pesquisas é restrito para financiar estudos e destacam a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-cov-2). O Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior (Foripes), composto por 19 universidades federais e estaduais, enviou uma carta ao governador Romeu Zema (NOVO-MG) lembrando a importância o inestimento no desenvolvimento científico.
“Um dos objetivos da carta é colocar as universidades e instituições à disposição do governo para discutir políticas de ciência , tecnologia e inovação e ajudar em áreas que considerar necessárias. Construir junto um programa junto com o estado”, disse Valder Steffen Junior, reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e um dos dirigentes do Fórum, em entrevista ao G1 .
Os pesquisadores assinantes da carta também cobram a recomposição da receita da Fapemig, conforme determinação da Constituição de Minas. Um relatório da Secretaria de Estado da Fazenda mostrou que Minas não cumpriu as determinações legais de investimento minímo no ano passado. O repasse foi de R$ 155,3 milhões, metade do valor estabelecido, de R$ 313,4 milhões.
Em nota ao G1 , o governo de Minas disse que não cumpriu com os investimentos porque o estado "permanece diante de uma crise , agora, agravada pela pandemia da Covid-19, que traz uma expectativa de perda na arrecadação do estado em torno de R$ 5 bilhões, para 2020".