Filha de Queiroz enviou ao pai R$150 mil quando atuava no gabinete de Bolsonaro

Nathália Queiroz transferiu ao seu pai, Fabrício Queiroz, R$ 150.539,41 enquanto trabalhou no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro

Queiroz e a filha Nathália
Foto: Reprodução/Instagram
Queiroz e a filha Nathália

Filha do investigado por rachadinha  Fabrício Queiroz e ex-assessora parlamentar de Jair e Eduardo Bolsonaro, Nathália Queiroz transferiu ao seu pai R$ 150.539,41 enquanto trabalhou no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro. É o que mostram dados da quebra de sigilo bancário de Nathália divulgados nesta quarta-feira (12) pelo jornal Folha de S. Paulo .

O dinheiro foi repasso por Nathália Queiroz ao pai entre janeiro de 2017 a setembro de 2018. Desde dezembro de 2016, ela trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro, onde atuou até outubro de 2018, quando foi exonerada. 

O valor transferido representa 77% do salário que ela ganhou da Câmara dos Deputados. Além de assessora parlamentar, a filha de Fabrício Queiroz também era personal trainer de famosos, como os atores Bruno Gagliasso, Bruna Marquezine e Giovanna Lancellotti.

Nathália Queiroz também foi assessora parlamentar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro de agosto de 2011 a dezembro de 2016 e, antes disso trabalhou desde 2007 a 2011 na vice-liderança do PP, comandada por Flávio. Promotores apontam que de 2007 a 2016, Nathalia repassou ao menos 82% dos seus ganhos ao pai. 

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Nos dois casos, as transferências a Fabrício Queiroz ocorriam sempre próximo aos pagamentos da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde trabalhou para Flávio.

A dinâmica dos repasses que fez ao pai enquanto trabalhava para a Câmara são as mesmas relatadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a suposta “rachadinha” no antigo gabinete de Flávio. A prática da qual Flávio é investigado consiste em assessores devolverem parte de seus salários a parlamentares.

A dinâmica dos repasses é a mesma descrita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a suposta “ rachadinha ” no antigo gabinete do filho do presidente.

A defesa de Queiroz alegou, por meio de nota, que os repasses de Nathalia ocorriam para “centralização das despesas familiares na figura do pai”.