Nesta terça-feira (11), um homem acusado de abusar sexualmente de duas filhas durante cinco anos foi preso em Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro.
O crime aconteceu entre os anos de 2008 e 2013 quando as meninas tinham 5 e 9 anos, respectivamente. Os abusos só foram chegaram à polícia quando uma terceira filha adotiva do homem o denunciou. A jovem, hoje com 12 anos, também foi vítima do próprio pai quando ainda tinha 5 anos.
Segundo as investigações da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), que começaram em abril deste ano, o homem de 39 anos passou a ameaçar as crianças de morte caso elas contassem sobre os abusos para a mãe. Entretanto, em 2013 uma das meninas contou que tinha relações com o pai.
"Quando a mãe descobriu, acreditou nas filhas e elas fugiram. Ele disse que mataria todas elas caso fosse denunciado", conta a delegada Ana Lúcia da Costa Barros, titular da DEAM de Cabo Frio.
Só agora, depois de sete anos, a filha adotiva do acusado teve coragem para denunciá-lo. O criminoso foi capturado em casa, no bairro Caiçaras.
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"Nesse caso, a família foi ameaçada e ele sempre disse que iria matar a mãe e as meninas. Só agora ela teve coragem de denunciar o próprio pai . Com isso, houve um encorajamento da mãe das outras crianças para denunciá-lo. É importante a denúncia. Não tenham medo. Existem formas de garantirmos a segurança delas", afirmou a delegada.
O acusado foi preso por estupro de vulnerável após a decisão da 1ª Vara Criminal de Cabo Frio. Ele vai responder pelo crime preso.
“É normal abusos sexuais na Região dos Lagos”, diz delegada
De acordo com a delegada Ana Lúcia da Costa Barros, após assumir a especializada da Região dos Lagos — que investiga crimes contra mulheres que acontecem em São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Búzios e Cabo Frio — notou muitos crimes contra menores.
"Identificamos que é muito comum o abuso sexual de crianças na Região dos Lagos, seja por pai, padrasto, avô ou pessoas muitos próximas dessas crianças. Muitos deles são contra crianças entre 5 e 9 anos. Então, percebemos que é uma cultura de normalidade", conta Ana Lúcia.
Segundo a delegada, a prisão do abusador é “importante porque [o abuso sexual] não pode ser naturalizado”.
"Que essas mães e pessoas próximas que desconfiem, denunciem para que essa criança seja acompanhada. Crimes dessa natureza comprometem o desenvolvimento dessa criança e desse adolescente na vida adulta".